O ano é 2016 e eu realmente não consigo conceber a ideia de SPIN-OFF de canal por assinatura vendido como uma “experiência única” que nem sequer existe nas maiores operadoras de TV fechada, como é o caso do FOX+ Premium. Não por nada, mas inventar um lugar ainda mais escondido pra exibir séries que são facilmente encontradas POR AÍ poucos minutos depois de serem exibidas lá fora não me parece muito inteligente.

Junte isso ao fato de que uma série sobre a Bruna Surfistinha foi produzida e está sendo exibida num dos canais dessa “experiência única” desde o último sábado (na TV e no aplicativo on demand, que também tem uma parte dedicada a conteúdos PREMIUM) e não parece MESMO que estamos vivendo em 2016.

Mas, ó, preciso dizer uma coisa: #MeChamaDeBruna (sim, esse é o título) é realmente interessante.

Com filme, livro, participação em programas de TV e esse negócio chamado “internet” que, dizem, veio pra ficar, é bastante complicado não saber que Raquel Pacheco saiu de casa aos 17 anos, acabou se tornando prostituta e ganhou a FAMA ao escrever um blog contando como eram os programas. Recontar essa história, mudando apenas o formato, não me parecia nada além de exploração de um pseudo-mito, enquanto mostra uns dois, quatro ou oito peitinhos em HD pra galera.

Porém, contudo, entretanto, todavia, #MeChamaDeBruna é focado num momento mais específico de toda essa história, quando Raquel se torna a Bruna (daí o título), ainda aos 17 anos, e tudo o que envolve uma menina tomar esse tipo de decisão. São os early days, quando ela ainda morava num chamado PRIVÊ.

O bizarro subtítulo “a série da Bruna Surfistinha” acaba dando uma desviada no foco, já que, na realidade, a série é da Raquel — e Maria Bopp, que a interpreta, tem grande importância nisso, com toda a beleza e JOVIALIDADE necessárias pra tornar a história crível, além de um olhar poderosíssimo que diz muito sem que uma palavra precise ser dita.

Na história ainda há algo de corrupção policial, com a responsável pelo privê deixando de pagar a propina aos responsáveis pela “segurança” do lugar, fazendo com que a polícia invada a porra toda atrás de razões pra fechar o lugar. Não faço a menor ideia do que é realidade ou ficção aqui, e essa é outra coisa boa da série. Sendo um recorte NOVO dessa história, pouco se sabe sobre ela. E menos ainda importa se é real ou não.

Gostei do que vi nesse primeiro episódio de #MeChamaDeBruna e pretendo seguir assistindo, mas eu tenho acesso ao conteúdo Premium porque, bom, faz parte do meu trabalho. Mas se você assina NET ou Sky, por exemplo, não tem como; só assinantes da Vivo, Oi, TV Alphaville, Multiplay Telecom, TCM, Enterplay e Sumicity têm a POSSIBILIDADE de assinar o Fox+ Premium.

Dois mil e dezesseis... ¯\_(ツ)_/¯