Não, eu não conheço Jessica Jones. Talvez nem você conheça. E, com certeza, esse é o grande trunfo da nova série da Marvel para o Netflix. Em um piloto soturno e empolgante, exibido nesse final de semana na NYCC, podemos ter certeza de uma coisa: o serviço de streaming e a Casa das Ideias conseguem realmente entregar um material de qualidade para fãs e também para não iniciados.

E como não conhecer Jessica Jones? Ao contrário de Demolidor, que já vimos saindo na porrada no primeiro episódio, nesse percebemos aos poucos o que há de especial em Jessica – e com certeza ela concordaria que não há nada de especial. Ela tem um humor ácido e não está lá muito bem com a vida, o que explica a cara de poucos amigos no material divulgado até agora.

Se você já ouviu falar de Luke Cage (Mike Colter) em algum momento da sua jovem (ou velha) vida de fã de cultura pop, vai bater o olho e ter certeza que é ele, sem nenhum esforço. Só não saberá em que lugar da história de Jessica ele se encaixará. Ouvi os Whovians da plateia clamando por David Tennant? Bom, ele está presente e também não está nesse primeiro episódio. O que nos traz ao ponto mais alto dessa produção: o suspense, o que aconteceu com ela, porque é tão atormentada, e o estilo noir, com alguns voice overs ocasionais.

E tem sangue. E tem sexo. E ela é uma mulher que fará tantas outras mulheres se identificarem.

A origem de Jessica Jones não é explorada nesse primeiro episódio, e não é possível dizer qual caminho foi escolhido pelos produtores assistindo ao primeiro episódio. Temos pistas, MUITAS pistas, mas HEY, não sou eu quem vai revelar quais são. Mas cabem algumas comparações: Jessica seria uma versão de Lisbeth Salander — badass ao extremo com um passado obscuro — com algumas pitadas de Buffy e Veronica Mars, devidamente focadas no público adulto.

Por enquanto, o que eu recomendo é: se não tem compromisso marcado para o dia 20 de Novembro, agora você tem. E se tem, desmarque. O nome do seu date? Jessica Jones.