Vamos fazer acontecer. Mais uma vez.
Se você não está vivendo em uma caverna por pelo menos dez meses, sabe que o País está passando por um complicado processo de desvalorização da cultura e da ciência. Estudantes e pesquisadores estão ficando sem financiamento para estudos e projetos sociais e culturais estão perdendo apoios significativos.
Eventos culturais como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (que começa essa semana!) e o Festival do Rio, com sessões gratuitas e/ou a preços bem acessíveis, são fundamentais para introduzir no universo cinematográfico popular diferentes culturas, histórias e seus contadores para os quais, geralmente, o grande circuito de cinema não abre espaço em suas salas comerciais, enormes, cheias de pipoca. Mas enquanto grandes festivais e mostras pelo mundo prosperaram e ganharam visibilidade a cada ano, os nossos eventos culturais passam por grandes problemas financeiros para que aconteçam.
“Problemas financeiros”.
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Confirmada para começar em 17 de Outubro, a Mostra precisou lidar com a perda de um dos seus principais patrocinadores, mas o Festival do Rio se encontra em uma situação muito mais complexa. Ao longo de 20 anos, o evento fomentou o mercado audiovisual da América Latina e trouxe grandes filmes, cineastas, atores e realizações para debater suas obras e falar sobre mercado, arte e cinema. Mais de 8 mil filmes foram exibidos para cerca de 5 milhões de espectadores de todos os públicos, faixas etárias e classes sociais.
Além da exibição de filmes, o Festival também é responsável pelo RioMarket, evento com foco em negócios, troca de ideias e formação técnica e profissional para o mercado audiovisual. No RioMarket, centenas de debates, masterclasses, reuniões de negócios e discussões sobre o aprimoramento das nossas histórias e da nossa legislação foram muito importantes para o crescimento do audiovisual nacional, que geraram empregos e oportunidades de negócios no mercado.
O Festival do Rio é responsável por iniciativas muito bacanas, como a Mostra Geração, que seleciona e apresenta conteúdos infanto juvenis em escolas para que o público jovem conheça e fale sobre cinema e enredos nacionais relacionáveis com nossa realidade. Além disso, o Festival também tem exibições gratuitas de filmes em praias e comunidades, levando o cinema para todos os lugares.
E tudo isso pode não acontecer em 2019 por falta de verba mínima para a realização da edição deste ano. Sem o apoio do governo e da iniciativa privada, o Festival do Rio seguiu o exemplo do Anima Mundi e abriu uma campanha de crowdfunding para o público ajudar nessa caminhada.
A primeira meta de R$ 500 mil está muito próxima de ser alcançada e dará à organização a oportunidade de trazer 40 filmes estrangeiros convidados e dez filmes na Première Brasil – uma mostra focada no cinema brasileiro, que serão exibidos em cinco cinemas. O orçamento mínimo para a realização do Festival é de R$ 3,5 milhões e parte disso virá da participação do público, então sua ajuda é fundamental para que o evento aconteça, com a segunda meta, de R$ 800 Mil, já começando a ser divulgada.
Apesar dos nossos setores de ciências e cultura respirarem por aparelhos, existem MUITOS brasileiros realizando coisas fantásticas que merecem nossa atenção e nossa ajuda. Cultura é resistência e resistir é fundamental.
O Festival do Rio, que já deveria estar acontecendo, ganhou novas datas: agora DEVE rolar entre os dias 9 e 19 de Dezembro. Vamo então fazer com que aconteça definitivamente, com a maior quantidade e variedade possível de filmes? Click aqui para ajudar!