Há 34 anos ~premiando os piores do cinema
O Framboesa de Ouro, ou Golden Raspberry Awards, apelidado carinhosamente de Razzies, existe desde de 1980 e distribui estatuetas anuais (feitas de plástico e com um valor de US$ 4,97) para as piores realizações em filmes, com categorias que vão desde o óbvio (Pior Filme, Ator e Atriz) para os mais diversos (Pior Prequência, Remake, Rip-Off ou Sequência e Pior Casal na tela).
A escolha dos “ganhadores” é feita pelos membros da Associação Framboesa de Ouro, ou seja, pessoas que se associam ao site por um determinado preço e podem discutir – e votar – os piores filmes. É tipo o que acontece nas áreas de comentário de sites por aí. ¯\_(ツ)_/¯
Criado pelo cinéfilo – e cínico – John Wilson, que se formou pela UCLA em Cinema e TV e que já trabalhou em grandes estudúdios, além de escrever os livros Everything I Know I Learned At The Movies (“Tudo que Sei Eu Aprendi no Cinema”) e The Official Razzie Movie Guide (o guia oficial do Razzie, que conta inclusive com uma listagem dos 100 piores filmes já feitos), o Razzie é uma paródia das premiações em geral e do Oscar em particular — as indicações, bem como a entrega dos prêmios, acontece sempre um dia antes –, e sua proposta é julgar apenas os filmes de alto orçamento que são um desastre, e não os filmes feitos com pouco dinheiro e muito suor dos envolvidos. Justo.
Todos os indicados são convidados a comparecer à entrega dos prêmios, mas a maioria, claro, nunca vai. Algumas poucas pessoas levam na esportiva e aparecem por lá para dar seu discurso, como Halle Berry, ganhadora pelo fracasso Mulher-Gato, e Sandra Bullock, por outro fracasso chamado Maluca Paixão — aliás, nesse mesmo ano, ela ganhou um Oscar. Por outro filme, claro.
No Hall da Fama, ou seria infâmia?, estão Sylvester Stallone com 21 indicações, Madonna com 12, Brian De Palma com 6 e o filme Showgirls, com um recorde de 15 indicações.
Nos últimos anos, porém, o prêmio acabou ganhando — assim como o Oscar — um viés mais político, transformando as indicações em apenas piadas óbvias, independente do que é REALMENTE ruim. Ok, não dá pra levar a sério um prêmio desses, mas toda aquela galhofa está literalmente se tornando o que a galera costuma fazer em áreas de comentários por aí.
A ironia de tudo isso é que, algumas vezes, ou muitas vezes, o pessoal da indústria cinematográfica aceita participar de projetos ruins já sabendo que será um fiasco. Nessas situações, geralmente o lado finaceiro compensa. Um exemplo clássico disso foi Audrey Hepburn, que aceitou o papel principal em A Herdeira pelo salário que a ofereceram, pois na ocasião ela estava se divorciando e precisando de dinheiro. Ou o Robert De Niro em tipo 99% dos papeis dele nos últimos anos. :D
Se nós celebramos os melhores todo ano, nada mais justo do que celebrar os piores também. E viva o Rizzie!