Obrigado por me deixarem navegar com vocês sentado aqui no poleiro da caravela.
Eu me emociono quando eu termino um game, um filme, uma obra de quadrinhos, um artefato cultural, e no final tem ali um “Thank you for playing”.
Obrigado por jogar. Por assistir. Por ver.
Nós, que nos juntamos nesse projeto artístico, sacrificamos tempo, dinheiro, recursos, nervos, tudo para unir nossas visões e criar uma coisa que tem a chance de sobreviver ao teste do tempo. Algo que expressa nossa maneira de enxergar o mundo e de nos conectar com a humanidade. E essa expressão atingiu seu objetivo quando você, audiência, decidiu que nossa empreitada era digna do seu tempo.
Obrigado por jogar.
Não importa o que seja, é o momento em que eu lembro que aquilo foi feito por gente. E que aquela gente falou comigo, tocou minha vida e mudou, mesmo que milimetricamente, a minha existência.
E isso é a razão da arte existir. Ou uma das razões.
É o sentimento que me vem agora, nos badalares finais deste que é, de muito longe, o mais significativo portal de cultura pop que eu já vi.
Meu grande amigo Thiago Cardim, em idos de 2014, viu que eu tinha escrito um texto a respeito de um filme do Ridley Scott sobre Moisés, Egito, anacronismo e outras coisas. E viu que eu, sendo um cristão praticante (normalmente o único nas rodas de RPG da vida), tinha algo a dizer sob essa perspectiva. Foi o primeiro texto que publiquei aqui no JUDAO.com.br, e de lá pra cá foram 28 artigos publicados e muitos outros planejados.
Fui escrevendo a torto e a direito, podendo explorar coisas que me fascinavam, como linguagem, cinema, a força da narrativa, como games podem ser arte. Sobre como a empatia é o objetivo final de cada peça de cultura. Como a vida em sociedade pode ser uma loucura e um horror, mas é na arte que a gente encontra salvação.
O JUDAO.com.br me permitiu evoluir MONSTRUOSAMENTE no jeito que eu enxergo a vida, como escritor, como artista. Tentando encaixar meus pensamentos em textos. Lendo o que era colocado aqui, perspectivas sempre diferentes, sempre interessadas no ALGO A MAIS.
Numa década onde a cultura pop se transformou em commodity, ter um ambiente onde as pessoas podiam encontrar uma conversa ponderada, pensada, e não uma cachoeira de caça-cliques que queria o espalhafatoso e o imediato, é um evento a se celebrar.
Celebramos o JUDAO.com.br.
Celebramos que a cultura é um mar. A equipe do JUDAO.com.br, em especial o Cardim e o Thiago Borbolla, me deixaram navegar com vocês sentado aqui no poleiro da caravela.
Daqui de cima, eu enxergava até o horizonte.
Celebramos você, que leu o que escrevemos.
Obrigado por jogar.