Um universo cinematográfico da Hasbro começa a tomar forma e... WOW | JUDAO.com.br

Empresa reúne impressionante quadro de roteiristas para desenvolver universo cinematográfico baseado em suas propriedades, como G.I.Joe, Micronautas e ROM

Depois de Harry Potter e a ideia de franquias, agora que deu certo com Homem de Ferro e sua turma, tá todo mundo em Hollywood querendo experimentar o tal do “universo cinematográfico compartilhado”.

A Universal tá lá querendo seguir em frente com seus planos de integrar os remakes dos filmes clássicos de monstrengos em uma única cronologia nas telonas, do Drácula (que, aliás, já saiu e é apenas nhé) à Múmia, passando pelo Lobisomem, Noiva do Frankenstein e pelo Monstro da Lagoa Negra. Tudo como parte de uma história única, que rola como pano de fundo.

Na Paramount os bolsos são devidamente recheados de dinheiro com Transformers, provando que resultado bilheteria não chega nem perto de garantir qualidade do filme. Mas a Hasbro quer mais. Porque sabe que tem outras propriedades bem fortes que, se bem trabalhadas nos cinemas, podem voltar a vender bonequinhos como água.

A Hasbro quer um UNIVERSO COESO pra chamar de seu — com uma nova chance pra G.I. Joe, nossos eternos Comandos em Ação, e mais Micronautas, guerreiros microscópicos do chamado Microverso e que tiveram seu momento, na década de 1970, graças a uma série de HQs publicadas pela Marvel; Os Cavaleiros da Luz Mágica e M.A.S.K. (sigla para Mobile Armored Strike Kommand), ambos relativamente conhecidos pelos veteranos aqui no Brasil graças às séries de desenhos animados exibidas no final dos anos 1980; e, surpreendentemente, o cultuado ROM, o Cavaleiro do Espaço, que muitos leitores da Marvel das antigas sempre quiseram ver nos cinemas (o próprio James Gunn inclusive já tinha afirmado que queria ter tido a chance de usá-lo nos Guardiões da Galáxia). Pra isso, resolveu juntar numa SALA DE ROTEIRISTAS uma equipe pra desenvolver esses projetos e... WOW.

Akiva Goldsman, produtor e roteirista consagrado por seu trabalho em obras como Uma Mente Brilhante, O Código Da Vinci e Eu Sou A Lenda é o responsável pela Iniciativa (viram o que eu fiz aqui?), que juntou agora Michael Chabon, escritor de As Incríveis Aventuras de Kavalier & Clay, premiado com o Pulitzer; Brian K. Vaughan, roteirista de Y: The Last Man e Ex Machina, além de ter sido roteirista da série Lost; Nicole Perlman, que escreveu o primeiro Guardiões da Galáxia e está cuidando do roteiro do filme da Capitã Marvel; Cheo Coker, showrunner da série do Luke Cage; a dupla John Francis Daley e Jonathan Goldstein, que está escrevendo o roteiro de Spider-Man: Homecoming; Joe Robert Cole, responsável pelo roteiro do filme do Pantera Negra junto com o diretor Ryan Coogler; e ainda Lindsey Beer (que vai adaptar A Crônica do Matador do Rei, de Patrick Rothfuss, para os cinemas), Jeff Pinkner (roteirista de A Torre Negra, versão cinematográfica da obra de Stephen King), Nicole Riegel (responsável por Dogfight, roteiro-sensação nos bastidores de Hollywood) e Geneva Robertson (uma das pessoas por trás do roteiro do novo filme de Tomb Raider).

A primeira reunião dessa galera, nas dependências dos estúdios da Paramount, deve rolar oficialmente nesta segunda-feira, dia 25.

Rom

Stephen Davis, CCO da Hasbro, já prometeu que a empresa vai tomar cuidados redobrados para que a iniciativa gere frutos particularmente inclusivos em termos de gênero e etnia – em especial numa mesa ao redor da qual se sentarão diversas mulheres e negros. “Quisemos ter certeza de que, nesta sala, tivéssemos diversas perspectivas, diversas experiências”, afirmou ele ao THR. E mais: embora a maior parte das propriedades envolvidas aqui sejam tradicionalmente daquelas “para meninos”, a intenção é tornar os filmes mais abrangentes e inclusivos. “O empoderamento feminino é um tema central em muitas destas propriedades e justamente uma das razões pelas quais quisemos vozes mais diversas”, explica.

Ao lado de Josh Feldman, que ocupa o cargo de chefe de storytelling na Hasbro, Goldsman será o produtor executivo de todos estes filmes – que serão produzidos pela Allspark Pictures, o braço para cinema da companhia. Assim sendo, obviamente Stephen Davis e Brian Goldner (CEO da Hasbro) vão assinar como produtores da bagaça. E a parceria com a Paramount, que trabalhou ao lado deles para lançar não apenas Transformers mas também os dois filmes dos Comandos em Ação, obviamente continua.

Por sinal, Akiva Goldsman já ocupa um cargo semelhante no chamado brain trust que se criou para que os Transformers também sejam transformados em uma franquia cinematográfica maior, construindo um universo de histórias ao seu redor. Além dele, de Pinkner e Beer, estão na “brincadeira”, Zak Penn (que escreveu o primeiro filme dos Vingadores), Christina Hodson (contratada para uma nova versão de O Fugitivo, para a Warner), Art Marcum & Matt Holloway (do primeiro Homem de Ferro) e Andrew Barrer & Gabriel Ferrari (que deram uma força no roteiro do Homem-Formiga).

Robert Kirkman, criador de The Walking Dead, esteve envolvido na parada até um determinado momento, mas logo vazou. Digo, LOGO mesmo. “Na verdade, eu só estive envolvido durante um dia, antes de descobrir a cirurgia na garganta que me tirou da Comic-Con”, revelou ele ao Collider.

Até o momento, além de Transformers 5, falou-se em um uma prequência chamada de Transformers One, ambientada em Cybertron muito antes dos robôs virem parar na Terra, e também num spinoff dedicado 100% ao Bumblebee. Mas não deve parar por aí: “Vamos olhar para todos os brinquedos, desenhos animados, itens de merchandising, tudo que foi gerado pela Hasbro, das coisas mais populares até às mais obscuras, e estabelecer uma linha do tempo mitológica. Aí, os roteiristas vão imaginar diversas possibilidades para ampliar este universo”, explicou Goldsman ao Deadline.

“Se um dos escritores descobrir uma afinidade com Beast Wars, por exemplo, ele pode seguir em frente com um tratamento de roteiro que, se for o caso, será transformado em realidade por toda a sala de roteiristas”, diz.