Os 40 anos de Monty Python e um certo Cálice Sagrado | JUDAO.com.br

Filme do grupo inglês vai ganhar uma edição comemorativa em Blu-ray, então essa é a melhor hora pra relembrar do grande clássico!

A-Arca JUDÔNICA tem como INTUITO resgatar algumas das melhores publicações dos 15 de existência do Judão... e d’A-Arca. Republicaremos por aqui algum artigo, entrevista, podcast ou qualquer coisa que tenhamos feito na nossa vida que faça algum sentido nos dias de hoje. Gotta get back in time!

E lá se foram 40 anos desde a estreia de Monty Python em Busca do Cálice Sagrado! Foi exatamente em 9 de abril de 1975 que o filme foi lançado em Londres, no que hoje pode ser considerado o auge criativo do grupo de humor inglês que, na época, tava no ar no programa Monty Python’s Flying Circus. Como essa marca não deve ser facilmente esquecida, no próximo dia 27 de outubro (ou seja, daqui menos de dois meses) será lançada em Blu-ray a Monty Python and the Holy Grail: 40th Anniversary Edition.

Entre as edições, vai rolar um gift set com um CASTELO (ou quase isso, mas tá melhor do que muitos que eles usaram no filme), animais de plástico e uma CATAPULTA.

Do the math.

E já que tá todo mundo voltando no tempo, vamos fazer o mesmo – mas não será pra época do Rei Arthur, ou pra 1974. Na real, estamos chegando em 2004, quando ninguém mais, ninguém menos que a Srta. Ni da A-Arca, a Francine Guilen, publicou uma matéria com curiosidades do filme no falecido e amado site. ;)

Em Busca do Cálice Sagrado não é apenas mais uma das obras primas do sexteto Monty Python. É também o melhor filme britânico de todos os tempos de acordo com a opinião pública, acima até de filmes clássicos e conhecidos como Gandhi, O Paciente Inglês, Quatro Casamentos e um Funeral e Carruagens de Fogo. A comédia virou um filme cult, excedendo as expectativas, e 6 dentre 10 fãs de Monty Python a apontam como o melhor filme da trupe, ganhando até de A Vida de Brian.

Algumas cenas são conhecidas até pelos que nunca assistiram o filme, como a do guardião da ponte, ou dos Cavaleiros que dizem Ni (pra quem não sabe de onde deriva o meu apelido aqui n’A ARCA…). Quem conhece o humor dos Python sabe que tudo pode se esperar de um filme desses ingleses completamente insanos. E se você precisa de mais informações pra se convencer a assistir ao filme, fique à vontade para ler esse “review”. Ou eu… Ou… Bem, ou então eu serei obrigada a dizer Ni pra você.

A lenda do Rei Arthur... Sem cavalos

Todo mundo conhece a lenda do Rei Arthur, certo? Aquele mesmo que tirou uma espada de uma pedra, tinha os cavaleiros da távola redonda, e recebeu de Deus a missão de encontrar o cálice sagrado. É a partir dessa lenda que o grupo britânico elaborou a melhor comédia de todos os tempos, com quadros hilários e muitas vezes sem sentido em relação ao todo (marca registrada dos senhores Python). Logo no início nos deparamos com o Rei Arthur cavalgando. Mas… Não há cavalo algum. Um fiel ajudante do rei faz a sonoplastia, carregando cocos e batendo um contra o outro.

monty python

O Rei Arthur (Graham Chapman) e seu ajudante Patsy (Terry Gilliam) executam a árdua tarefa de recrutar bravos cavaleiros para uma missão, e para isso viajaram milhas e milhas, vindos de terras distantes. Em sua primeira parada deparam-se com um porteiro neurótico que quer saber onde é que eles arranjaram cocos, e inicia uma interessante discussão sobre a possibilidade destes serem carregados por andorinhas migratórias. A questão é: andorinhas européias ou africanas?…

Mais a frente, deparam-se com mais alguns personagens bizarros: um comprador de cadáveres (que podem estar mortos ou vivos), um camponês anarco-sindicalista, um perigoso cavaleiro negro (John Cleese) que tem certeza de que é invencível (mesmo sem braços e pernas), um sábio conselheiro (Terry Jones) que descobre, com a ajuda do povo, que uma mulher é uma bruxa se pesar o mesmo que um pato…

Esse último, que tem teorias inteligentes sobre o formato da Terra (e que tem a forma de uma banana, é claro), é o primeiro a se unir ao rei Arthur em sua missão. Então, o “livro do filme” aparece para que conheçamos os outros bravos guerreiros que farão parte dessa empreitada: Sir Lancelot o Bravo, Sir Gallahad o Puro, Sir Robin o não-tão-bravo- quanto-Sir-Lancelot, que quase lutou contra o Dragão de Angnor, que quase derrotou a terrível Galinha de Bristol, e que se “molhou todo” na batalha de Badon Hill; e o apropriadamente mencionado Sir que-não-aparece-nesse-filme. Juntos eles formam um grupo cujos nomes e feitos iriam ser lembrados através dos séculos: os Cavaleiros da Távola Redonda.

Assim que se juntam, os bravos cavaleiros encontram Camelot, a terra que procuravam. Após assistirem a um rápido número musical, decidem não mais ir a Camelot – afinal, é um lugar idiota. Adequadamente, uma nuvem abre-se no céu. É Deus (ou mais uma das bizarríssimas animações do Terry Gilliam, dublada por John Cleese), que lhes dá uma missão sagrada: a busca do Santo Graal.

É então que todos eles se separam e saem em busca do cálice sagrado, passando por situações realmente hilárias, engraçadas e cômicas (é, tudo isso ao mesmo tempo mesmo). Ler a descrição detalhada de todos os quadros do filme seria no mínimo enfadonho, então é de bom tom apenas descrevê-los “por cima”.

holy_grailEm Busca do Cálice Sagrado é o único filme em que você pode encontrar: um cavaleiro de três cabeças, um francês que fica proferindo xingamentos num sotaque bisonho, várias donzelas virgens e indefesas no Castelo de Anthrax, os eternos cavaleiros que dizem Ni (e são guardiões das palavras sagradas: Ni Peng e Ni Wom), a terrível fera de Aaaaaaaaaaargh (e outras maravilhosas e completamente influenciadas por substâncias ilícitas animações de Terry Gilliam), um monstruoso coelho-fofinho assassino, e a cena mais, mais, mais… perfeita de todas: O Príncipe Herbert que sonha em ser resgatado para não casar-se com a princesa prometida.

Toda essa seqüência do príncipe já vale pelo filme todo: desde a luta do rei (interpretado pelo, com o perdão da palavra, fofo, Michael Palin) a impedir seu filho de cantar, até o massacre no casamento protagonizado por Sir Lancelot (John Cleese). O Príncipe Herbert (Terry Jones) é a melhor sátira aos personagens românticos de musicais e é simplesmente… hilário.

Enfim, todos os bravos cavaleiros encontram-se novamente e viajam durante anos em sua complicada busca. Um velho totalmente estranho (como todos os personagens mais estranhos, é feito pelo Terry Gilliam) indica a eles a ponte da morte: esta tem um guardião que faz a cada viajante cinco perguntas – quer dizer, TRÊS perguntas – se este der a resposta certa, pode passar. Caso contrário cairá no abismo da eterna perdição.

É interessante lembrar que Cálice Sagrado tem o final mais nonsense da história do cinema. E é mais interessante ainda avisar pra aproveitar desde o início até o fim do filme. Desde os créditos (que aparecem no início da película, como era costume na época) já existem piadas. E ninguém se arrepende de ficar algum tempo sentado no sofá depois que a tela escurece, após o término do filme. Ah, não se arrepende!

As curiosidades

Em Busca do Cálice Sagrado foi o primeiro longa metragem do Monty Python. Eles já haviam refilmado esquetes do Flying Circus e os transformaram num longa, mas esse filme de 1975, diferentemente do anterior, tem uma história a ser seguida. Terry Jones e Terry Gilliam é que se encarregaram da direção, o que gerou algumas das famosas brigas do grupo.

A divisão da direção era, no início, justa: Jones cuidava dela num dia, e Gilliam no dia seguinte. Resultado: cortes de Terry Jones em cenas que Terry Gilliam queria que continuassem inteiras, e vice versa. Ambos tinham as mesmas idéias em mente, mas as executavam diferentemente, o que deixou o elenco e a produção bastante confusos. Por isso, durante um tempo, o filme teve um terceiro diretor: Gerry Harrison.

Os outros membros do Monty Python, que não dirigiam, mas atuavam, conseguiam deixar os dois Terrys diretores realmente irritados. Enquanto os dois preocupavam-se em deixar o filme decente e com uma boa aparência, os outros quatro davam mais importância às piadas, sem se importarem com “detalhes” como câmeras e produção – deixando, no fim, todo mundo estressado.

Mas não foram só discussões técnicas os grandes problemas no desenvolvimento do filme. Falta de verba e péssimas condições nos sets foram as maiores responsáveis pelas reclamações dos atores em relação às filmagens de Cálice Sagrado. Em todas as entrevistas sobre seu primeiro filme, os seis declaram que as condições eram horríveis, a falta de dinheiro era grande e foi um pesadelo participar das gravações.

HolyGrail

Por um lado, todos eram praticamente amadores em filmes para cinema, e Terry Gilliam e Jones estavam dando seus primeiros passos como diretores. Por outro, a grana era deprimentemente curta. Monty Python’s Flying Circus fazia sucesso na televisão, e seu projeto para o cinema seria comprado e financiado logo de início se para isso tivessem escolhido o diretor do programa. Acontece que os seis não tinham gostado nada de E agora para algo completamente diferente, feito nos moldes de programa de TV. Queriam algo mais cinematográfico, com figurinos e locações, e principalmente desejavam FAZER um filme. E, com essa idéia em mente, tiveram que enfrentar uma dificuldade econômica na produção, contornada com o uso de… cocos no lugar de cavalos, por exemplo!

Celebridades da época, com o propósito de investir seus rios de dinheiro em alguma coisa, resolveram apostar no filme. Em Busca do Cálice Sagrado libras esterlinas (ou melhor, ELIZABETHS) de ninguém menos que Elton John, Pink Floyd, Led Zeppelin e os estúdios Chrysalis e Island Records. E também arrecadou bastante dinheiro e risadas do público nos cinemas, para surpresa geral.

É consenso dos atores que a melhor parte de rodar o filme foi ler os scripts. Como de costume, todos eles são os roteiristas, além de atuarem, e sempre reuniam-se para ler as idéias de cada um e decidirem o que funcionaria ou não na tela. Porque suas cenas eram escritas por eles mesmos, não havia improvisação entre a trupe: todas as falas dos personagens eram as previstas no roteiro.

Atores discordando entre si, pouco dinheiro e falta de experiência. As cenas que assistimos nem deixam transparecer isso tudo. Olhem só o que não percebemos enquanto gargalhamos como andorinhas européias:

Os castelos do filme

A Escócia tem alguns castelos à disposição dos atores que possuem uma autorização para utilizá-los, mas os diretores não esperavam por um incidente: duas semanas antes de começarem as gravações, o Departamento do Meio Ambiente do país não concedeu a licença para “comediantes que não respeitariam a dignidade das construções”. É por isso que Camelot é “apenas uma maquete”, feita de madeira compensada e tinta.

Os outros dois castelos que aparecem no filme foram conseguidos por serem propriedades privadas, e encontrados assim, por acaso. Ao adentrarem o primeiro deles, perceberam que era um castelo minúsculo e “magrinho”, mas o usaram mesmo assim. O outro, utilizado na cena final do filme, teve seu terreno reconhecido pela equipe de produção horas antes da filmagem, que precisava ser finalizada com urgência.

O figurino

Nem ele fugiu da improvisação e terror geral. A “malha de metal” das armaduras era feita de lã (com a exceção da do Rei Arthur), que absorvia toda a umidade do chão, deixando todos com os pés molhados e gelados. Com o curto tempo destinado à produção, até a armadura do Sir Robin não se salvou: os desenhos verde e brancos na sua armadura foram feitos com… canetinha!

A floresta

Uma das tomadas aéreas da floresta na verdade era um calendário. Sim, nada mais que uma câmera voltada pra uma foto recortada de um calendário presa numa parede e delimitada por duas velas.

Os cocos

Essa da falta de cavalos já estava prevista no início do roteiro, mas eles bem que gostariam de colocar os cavaleiros montados em cavalos de verdade em algum ponto do filme (embora dois cavalos apareçam durante alguns segundos). Terry Gilliam declara sem frustrações que o filme seria realmente mediocre se não tivesse a cena em que os cavaleiros desmontam de cavalos invisíveis.

“Tragam seus mortos”

Michael Palin tinha sido o escolhido para rastejar pela rua, em meio a uma bela mistura de lama e chocolate. Vinte tomadas mal sucedidas depois, Palin, totalmente coberto de terra já seca descobriu que estavam gravando numa fazenda de porcos, e que não estava aparecendo no quadro. Os Pythons dizem que nunca o viram tão irritado em toda sua vida.

O Cavaleiro Negro

O cavaleiro que vai perdendo os membros de seu corpo aos poucos chocou a audiência norte-americana em 1975, talvez traumatizada com a Guerra do Vietnã. No começo todos riram, mas ao fim da cena, só se ouvia um silêncio constrangido.

O livro do filme

Essa cena foi filmada no chão do quarto de Julian Doyle, uma das produtoras do filme. A mão feminina era a mão da esposa de Terry Gilliam, que por sua vez era o dono das mãos com luvas de gorila.

A vaca e o francês insano

Fazer a vaca atravessar o castelo foi uma peripécia. Além disso, as cabeças de todos os atores e a câmera tinham que estar alinhados para que a montagem pudesse ser feita, e estes não aguentavam mais ficar ajoelhados, aguardando a filmagem. Após Terry Gilliam perceber que a cena não estava boa o suficiente, tiveram que cavar um buraco para a câmera ficar no nível certo. John Cleese não contribuiu muito, atuando pessimamente, não prestando atenção e pirando Terry Gilliam, que saiu do set e deixou Jones assumir o controle.

O Cavaleiro de três cabeças

A ideia tinha sido boa. Mas a fantasia utilizada quase “matou” a cena, quando os três atores notaram que mal conseguiam mexer suas cabeças lá dentro.

O Castelo de Anthrax

Com toda a razão, os diretores acham essa parte a mais sem graça de todo o filme. É por isso que no original tinham tirado os 23 segundos de cena que aparecem na versão em DVD, em que a dona do castelo pergunta para os telespectadores se eles gostaram da cena. Os Terrys tinham medo de que, no cinema, todo o público gritasse estrondosamente “Não!”.

Os Cavaleiros que Dizem Ni

Por incrível que pareça, o sexteto tinha certeza de que essa cena, que acabou virando uma das mais famosas do filme, tinha sido um desastre, totalmente sem graça. Dizem que nos ensaios, Michael Palin estava perfeito como o guardião das palavras sagradas, fazendo as melhores caras e bocas que conseguia. Mas na filmagem, a responsável pela maquiagem cobriu seu rosto com uma barba e um capacete bizarros, quase sumindo com a interpretação do pobre coitado (notando bem, a cara do Michael Palin lá dentro é realmente muuuuito engraçada), que além de estar quase todo coberto, tinha que atuar em cima de uma espécie de andaime de 3 metros de altura. Ao final da filmagem da cena, todos tinham certeza de que estava péssima e que não ia funcionar.

Monty Python and the Holy Grail (7)

Príncipe Herbert

Coincidentemente, a minha cena favorita é também a preferida dos atores. Terry Jones, como o príncipe, teve que ficar pendurado em uma janela, com a sua cabeça aparecendo em toda a seqüência, mas o tempo não ajudou: estava ventando muito forte, e as cortinas quase cobriam tudo. Jones ficou pendurado, no vento, se apoiando numa plataforma minúscula a 15 metros de altura, e ficando fora de quadro a todo o instante.

A fera de Caernanbaugh (o Coelho assassino)

Essa cena foi obra de Cleese e Chapman, que a escreveram. Para sua realização foram utilizados uma luva em forma de coelho e um coelhinho de verdade. Terry Jones conta que a dona do mamífero felpudo era muito ciumenta, e procurou-o para deixar bem claro que não queria que seu precioso ficasse com uma marquinha sequer. Há alguns metros dali, Terry Gilliam, lépido e saltitante, jogava tinta vermelha no coelho, sem dó nem piedade.

A ponte da morte

A locação do longa-metragem foi externa, apesar da falta de verba. Aquele cenário não muito seguro era real. A equipe via ao longe, da estrada onde estavam, a garganta da eterna perdição. Mas não sabia que teriam que caminhar uma hora e meia a pé para chegarem lá. Para os diretores, o pior dia de filmagem foi esse, quando todo o elenco, juntamente com a produção, câmeras e o pessoal da produção teve que caminhar durante horas, e escalar uma montanha carregando o equipamento.

Com cinco semanas para terminarem a filmagem, todos estavam nervosos e com frio percorrendo esse caminho. E Graham Chapman, para completar, estava em uma fase difícil na sua luta contra o álcool, atrapalhando a todos, cambaleando. Quando finalmente estavam gravando a primeira cena, a câmera fez um barulho sinistro, e assim perdeu a capacidade de gravar o som. Assim, todos lembraram que a única cena muda que podiam gravar tinha como cenário um local muito longe dali, e desistiram de continuar a atravessar a montanha, deixando Terry Gilliam falando sozinho: “Ora, vamos, isso aqui é perfeitamente seguro”. Enfim, todos tiveram que percorrer o caminho de volta sem rodar um quadro sequer.

Quando conseguiram rodar a cena, Graham Chapman estava em um dos seus piores momentos de seu tratamento, esquecia as falas toda hora, e nem conseguiu terminar de atravessar a ponte (um dublê terminou a cena para ele).

A cena final

Foi gravada com urgência, no castelo em que conseguiram emprestado por algumas horas. Essa cena deveria ter sido filmada semanas depois, com algo como 500 figurantes já devidamente contratados, aguardando a confirmação da filmagem em seus figurinos. Mas com a necessidade de gravá-la em frente ao castelo, a produção teve que arrebanhar 13 míseras pessoas que encontraram por lá, entregar-lhes bandeiras e armas, e fazer de tudo para que parecesse um verdadeiro exército diante das câmeras. Patético…

Por fim, uma curiosidade inútil: E o que Em Busca do Cálice Sagrado tem a ver com Stanley Kubrick? Diz a lenda que o diretor, quando filmava Barry Lindon, mostrou um trecho de O Cálice Sagrado ao responsável pela iluminação, dizendo-lhe: “Quero que a iluminação do meu filme seja igual a essa”.

Após tantos sofrimentos na filmagem, os diretores nem acreditavam que o filme seria capaz de fazer alguém rir. Na verdade, eles próprios só conseguiram rir de sua produção ano passado [N.E.: 2003], quando o DVD foi lançado e o assistiram com os olhos de telespectadores.

O musical da Broadway

Eric Idle, o responsável pelas músicas do grupo, alimentou durante anos o sonho de produzir uma comédia musical, e finalmente verá esse desejo realizado. Após pedir a autorização aos outros membros do Monty Python, decidiu adaptar o filme para os palcos, 30 anos depois de seu lançamento.

Ou seja, para desespero da Srta.Ni aqui que vê-se distante vários quilômetros da possibilidade de assisti-la, a peça musical de Em Busca do Cálice Sagrado estreará no dia 21 de dezembro. Como é de se esperar, os atores do filme original não irão fazer parte da peça, mas alguns nomes conhecidos por nós integrarão o elenco: Tim Curry (que trabalhou bastante em dublagem em Scooby Doo, e fez As Panteras) como Rei Arthur, David Hyde Pierce (o Niles do seriado Frasier) como Sir Robin e outros, Hank Azaria (Queridinhos da América) como Sir Lancelot e o francês histérico, Douglas Sills como Sir Galahad, Michael McGrath como Patsy e Steve Rosen como Bedevere.

Spamalot

A peça está pronta, e na fase de ensaios. A direção ficou a cargo de Mike Nichols, o roteiro é do próprio Eric Idle e as músicas de John Du Prez (que compôs para O Sentido da Vida). Os ingressos vão começar a ser vendidos no dia 14 de setembro, o que significa que posso começar a me lamentar profundamente a partir dessa data…

As músicas serão basicamente as mesmas que existem no filme, mas algumas serão adicionadas. Foram adaptadas em músicas as partes: “I’m not dead yet!” – a cena do velhinho “moribundo”, “Run Away!” – os cavaleiros fugindo e “I fart in your general direction!” – o francês e seus xingamentos histéricos. [N.E.: Spamalot, como ficou conhecida, acabaria ganhando 14 indicações ao Tony Awards em 2005 e venceu em três categorias, incluindo Melhor Musical].