Edição, que serve de prólogo pro grande crossover da Marvel deste ano no Brasil, reapresenta a origem de um dos mais enigmáticos personagens da editora: o Vigia
Uatu, o Vigia, aquele que consegue ser, ao mesmo tempo, um dos mais tradicionais e um dos menos conhecidos personagens da Marvel. Criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1963 nas páginas de Fantastic Four, foi ele que avisou a Terra sobre a vinda de Galactus, o Devorador de Mundos. De lá pra cá, se tornou a principal testemunha dos grandes acontecimentos da Terra – e observador de suas inúmeras realidades alternativas.
E é esse mesmo Vigia que morre nas páginas da saga Pecado Original (Original Sin, nos EUA), que está começando a ser publicada agora no Brasil. E, antes que você reclame de spoiler: o grande mistério da série não é quem morre, algo que foi bastante divulgado pela Marvel quando publicou o gibi nos EUA, mas descobrir quem MATOU. ;)
Pecado Original #0, que acaba de chegar às bancas, é um grande prelúdio disso tudo – e uma porta de entrada pros leitores que não estão lendo as revistas da Marvel, mas que podem se interessar pelo crossover. A história, escrita por Mark Waid e desenhada por Jim Cheung e Paco Medina, com arte-final de Mark Morales, Guillermo Ortego, Dave Meikis, Juan Vlasco e do próprio Cheung, apresenta um pouco mais do Uatu, ainda vivo, que tem uma origem pouco conhecida até mesmo pelos leitores mais habituais.
Pelos olhos de Sam Alexander, o atual Nova da Terra e curioso sobre quem é o Vigia e o que ele pode saber sobre seu pai, entramos na base do Uatu, que fica no Lado Azul da Lua, e entramos numa conversa que, praticamente, só um lado fala – mas os dois se comunicam.
Assim, Uatu conta a origem da raça dos Vigias, numa adaptação bem próxima daquela vista em Tales of Suspense #52 e na #53, ambas publicadas em 1964. Porém, a grande mudança aqui é o envolvimento maior do próprio Uatu e do pai dele em toda essa brincadeira.
Uma história leve, bem amarrada, que junta os pontos em comum dos dois personagens (justamente os pais e seus pecados) pra chegar em um final bem amarrado. Típico (bom) trabalho do Waid e ótimo pra ser um cartão de visitas do crossover tanto pros leitores habituais quanto os novatos. Na arte, os quadrinistas fazem um trabalho bom — nada revolucionário ou incrível, mas cumpre bem o trabalho de contar a história.
Pra fechar a edição nacional, a Panini adicionou uma história curta do Nick Fury, de Natal. O personagem (ao lado dos Vingadores) terá uma grande importância nas próximas edições de Pecado Original, que serão escritas por Jason Aaron e desenhadas pelo brasileiro Mike Deodato, mas essa HQ especificamente só está aqui pra preencher espaço e chegar nas 44 páginas da edição.
Numa HQ sobre pecados, os editores precisavam cometer o deles, mesmo que pequeno. ;)