Puro amor no encontro entre a Supergirl e o Flash

Leve e descontraído, o episódio que reúne os dois heróis apostou não apenas nos superpoderes, mas principalmente na interação entre quem se esconde por trás das capas e máscaras e/ou óculos

Sabe aquela regra clássica dos encontros entre super-heróis, não importando em qual mídia eles estarão? Aquela mesma que dita que eles primeiro têm que sair no braço pra depois ficarem amiguinhos e enfrentarem o supervilão da vez? Não é, nem de longe, o que aconteceu em Worlds Finest, o aguardado episódio de número 18 da série da Supergirl, no qual ela encontra com o Flash e que foi exibido na noite desta segunda (28) lá nos EUA.

Tentando de todas as formas aumentar a própria velocidade para quebrar a fronteira entre mundos e chegar à Terra-2 depois de descobrir a identidade secreta do Zoom – afinal, agora todas as entradas foram definitivamente fechadas – o Velocista Escarlate acaba indo parar em National City, que fica numa Terra diferente da sua. E chega justamente no momento em que uma nova inimiga se manifesta e, com uma rajada sônica, atira Kara pela janela do escritório de Cat Grant.

Quem salva a Supergirl, temporariamente desacordada, do que poderia ser a ~morte certa? O Flash, claro. :)

Quando ele a leva para um lugar seguro e a moça revela a sua faceta Super para o sujeito, fica claríssimo que a escolha do Flash para este encontro entre as criações de Berlanti não poderia ter mais acertada. Porque ambas as séries têm um clima gostoso, descontraído, despretensioso, leve. São séries sorridentes, com personagens que dão risada.

E é nesta pegada que ele fica impressionado ao descobrir que ela é de outro planeta e que vive numa realidade na qual não existem Arqueiro Verde, Canário Negro, Átomo e nem o Zoom, enquanto ela fica encantada quando o Flash conta sobre todo o conceito de multiverso, Terras paralelas, esta coisa toda que vemos na série DELE. Tudo isso sem muita frescura, sem perder muito tempo. Vamos direto ao que interessa, ao que é melhor, não é mesmo?

Supergirl

O Flash fez uma cagada, está perdido em National City, em outro universo, e vai precisar de ajuda para voltar. Porque no mundo da Supergirl existe Central City. Mas não existem os Laboratórios Star, Cisco Ramon, Caitlin Snow. Ele não vai poder contar com o #TeamFlash e vai ter que se virar mesmo é com o #TeamSupergirl. E o resultado é divertidíssimo, do jeitinho que a gente bem imaginou. :D

O grande acerto deste episódio não foi tanto a presença do Flash, mas sim a presença de BARRY ALLEN. Ele precisa de ajuda pra voltar mas acaba sendo, no fim, a ajuda que a Supergirl realmente precisava. Mais do que a sua supervelocidade, é a experiência de Barry com outros supervilões com poderes semelhantes e também o seu gênio científico que ajuda a derrotar a dupla de antagonistas do episódio: a Banshee Prateada (no caso, a segunda secretária de Cat Grant, demitida por causa da Kara que estava sob o efeito da kryptonita vermelha) e a Curto-Circuito (libertada pela Banshee para poder seguir com sua revolta CHOCANTE contra a dona Cat).

Ambas estão putas da vida, ambas querem se vingar e ambas têm a Supergirl como foco, já que ela sempre se coloca contra os seus respectivos objetos de vingança. “Somos uma espécie de versão maligna do time da Taylor Swift?”, brinca a Banshee. Pois é, meio por aí. :D

Supergirl

A costura ficou tão perfeita que Barry chega a National City depois de ter passado por um momento de desconfiança da população de Central City em sua própria série, quando a velocista Trajetória estava se passando pelo herói em uma onda de crimes. Ou seja, ele seria a pessoa certa pra sentar e conversar com Kara sobre a situação que ela vinha vivendo, com todo mundo receoso pela sua presença na cidade depois do terror que ela andou tocando quando a kryptonita vermelha a fez pirar. O diálogo entre eles, em suas identidades civis, na sacada do prédio de Cat Grant, talvez seja um dos momentos mais legais do episódio. E não tem uniformes coloridos, não tem superpoderes. Apenas duas pessoas falando sobre a vida.

Também é o Barry que dá o conselho definitivo sobre amor para Kara, uma dica que pode ajudá-la a seguir em frente no affair com James Olsen (que, aliás, fica MORRENDO de ciúmes pela química óbvia que existe entre a kryptoniana e seu colega de roupa vermelha). Mas isso a gente sabe que não vai se resolver assim tão fácil, seu Flash. Seja em Central City, seja em National City, se apaixonar é um lance complicado pra colocar no currículo de super-herói.

Ah, sim, sobre a tal corrida entre eles, que o título do episódio referencia ao lembrar dos encontros entre o Superman e o Flash nos gibis? Acontece, de fato. Mas de um outro jeito. Sem ninguém ver. Como a história pediria. E quando eles sorriem, sozinhos no deserto, e se abraçam, transbordando fofura super-heróica, fica aquela sensação de quero mais. Se tenho uma única reclamação, é esta: durou pouco. Eu aguentava fácil um episódio especial com duas horas de duração.

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