Semana passada eu comentei sobre o excesso de empolgação ou depressão nestes tempos de novidades que se multiplicam e da necessidade de expressar opinião que todo mundo sente para buscar relevância no mundo.

Então, eu vou falar mais um pouquinho sobre isso.

¯\_(ツ)_/¯

Essa preocupação, até dez anos atrás, era exclusiva de veículos de comunicação, instituições e figuras públicas. Hoje, entraram nesse bolo os bilhões de pessoas que usam redes sociais e as marcas, que antes buscavam só vender e hoje tem que se estapear com todos os acontecimentos do planeta em busca de atenção. Nessas, as discussões sobre privacidade se somam à confusão para ajudar a fritar nossos miolos.

Mas por que eu estou escrevendo isso num site de cultura pop?

Simples. Essa semana elegeram mais um filme de ação como histórico. Esse patamar um tempo atrás foi dado ao primeiro Homem-de-Ferro, depois a Vingadores, em seguida a Guardiões da Galáxia, recentemente a Velozes e Furiosos 7 e, hoje, a batata está com Mad Max: Estrada da Fúria.

Vamos à pergunta que não quer calar: por que é tão importante ser “histórico”? A história é escrita quando ela já passou, a despeito da sensação atual de que finalmente estamos registrando nos “livros” de forma ideal um período de tempo enquanto ele acontece.

Ilusão.

Os textões, seja no JUDÃO, na New Yorker, no Gawker, no Brainstorm 9, na Folha ou na, argh!, Veja, entre todos os outros sites, blogs e portais, são passageiros. Estão nesse arquivão que a gente chama de internet, mas quem vai contar a história da cultura pop do nosso período, baseado em registros nossos e nos filmes e demais produtos cuja relevância perdurar até o futuro, seja quando for, ainda não nasceu. E parece que o mundo não se conforma com isso.

Essa semana vi gente que admiro compartilhar um texto da Wired que diz que Vingadores: Era de Ultron é a prova que a Marvel está matando os “popcorn movies”. Sério? Enfim, dias depois as mesmas pessoas estão falando de “Mad Max”, quão foda e inesquecível ele é. Sério!

Peraí, tão matando ou não os blockbusters?

Nós, os tais nerds da escola, nos tornamos aqueles estudantes de Cinema malas que ficam categorizando filmes, livros, gibis, a indústria, os astros, os roteiristas e os diretores e condenando, no final das contas, nossa própria diversão. Tudo isso no afã de fazer história, trocar likes, ser seguido e seguir de volta.

Será que vamos conseguir curtir nossa nerdice de boas novamente algum dia?

Essa é uma coisa pela qual vale a pena lutar, companheiros. ;)