O Brasileiro, que repete seu personagem de seis anos atrás, explica ao JUDÃO qual a relação do filme com a HQ não-publicada de Frank Miller
Era a ideia inicial. Se fossem fazer uma sequência de 300 nos cinemas, antes era preciso que Frank Miller escrevesse uma HQ na qual o filme seria baseado. Foram anos de espera e uma certa apreensão até que, em 2011, o CEO da Dark Horse Comics afirmou que duas edições da HQ já estavam prontas. Xerxes, era o nome, e seria focado justamente no Imperador da Pérsia.
A história contaria os eventos que levaram à Batalha das Termópilas, retratada em 300 — desde o momento em que ele assume o poder, com a morte de seu pai, e se torna o “Rei dos Reis”, montando um enorme exército pra vingar a morte do seu pai, ao mesmo tempo que busca aquela coisa de ser um Deus e não sei o que.
EFE-EFE para 2013. Frank Miller tá trabalhando na sequência de Sin City e como sabemos que Hollywood é o seu SONHO DOURADO, bom, deixou Xerxes pra lá. Escrever uma história em quadrinhos se pode co-dirigir um filme? Oras. Só mesmo aquelas duas edições, de cinco, foram entregues... Pronto. Não que fosse surpresa pra alguém, mas nada de Xerxes sendo lançada antes, ou junto, de 300: A Ascensão do Império. Aliás, nem sequer há previsão de quando será lançada... Isso se por algum acaso do destino for.
O filme estreia no próximo dia 07 de Março e, apesar de constar nos créditos que é uma adaptação dessa HQ inexistente, tem no máximo uns 30mins de relação com a sinopse divulgada. Começa com a morte de Dario e, rapidinho, Xerxes vira o Deus, monta o exército e vai pra cima dos gregos — transformando, inclusive, o que deveria ser o protagonista em personagem secundário.
[one-half][quote width=”100%”]Em outras palavras, Artemísia e Temístocles se tornaram os protagonistas e Xerxes acabou ficando relegado à sua mitológica, perfurada e reverberante presença — o que, digo-lhes, pode ter piorado demais a ideia do filme.
DIZEM que o pouco que viram da HQ, dentro da Dark Horse, foi de encher os olhos — e que a espera pelo lançamento valeria à pena. Eu não duvido, mesmo conhecendo os últimos anos de Frank Miller. Entendo, também, a decisão da Warner de levar o projeto em frente, independente disso. Mas deixo a questão: havia NECESSIDADE? Era algo que PRECISAVA ser feito, por qualquer razão?
O resultado prova que não.
Mais sobre o 300 – A Ascensão do Império e a entrevista completa em vídeo com Rodrigo Santoro você confere no ALL NEW Judão #04[/one-half]