Star Wars Rebels: precisamos nos preparar pra seguir em frente

Kanan colocou Ezra no caminho certo e fechou uma porta aberta muito tempo atrás. Agora chegou a hora de dizer adeus.

Eu não sei se já escrevi isso alguma vez em algum lugar, mas vocês deveriam assistir a Star Wars Rebels, também conhecida como a série que é o melhor de Star Wars desde que Star Wars surgiu.

Os três primeiros anos estão no Netflix e, se você começar a assistir AGORA, em mais ou menos 23h terá visto todos os episódios e poderá tirar o fim de semana pra ver os treze da atual temporada, em preparação para os próximos três que, formando uma espécie de filme, encerrarão a série nesta segunda, 05 de Março.

Se passando quatorze anos depois do Episódio III e cinco antes do Episódio IV, Star Wars Rebels mostrou, através da tripulação da nave Ghost, o início da rebelião que, dali alguns anos, poria fim ao Império Galático.

Personagens clássicos como Wedge Antilles, Bail Organa, Lando Calrissian, Palpatine, Yoda, Obi-Wan Kenobi, Darth Maul, Mon Mothma, R2-D2, C3P-O, Leia, Ahsoka Tano e a melhor versão de Darth Vader da história da saga deram o ar de suas graças na série, que também introduziu alguns novos no CANON, como os Inquisitores, o azulão Thrawn, Bendu e, óbvio, Zeb, Kanan, Ezra, Sabine, Hera e o melhor droide da história, Chopper, entre taaaantos outros.

Aos poucos, enquanto a Força despertava num lado da Galáxia e em outro o som de “preciso terminar Clone Wars antes” ecoava, Star Wars Rebels criou a sua própria mitologia e adicionou diversos elementos ao que já era conhecido, sem que ninguém fizesse um milímetro do escândalo que fizeram quando Luke Skywalker fez um holograma de si mesmo ou a Leia se transportou de volta para a nave.

Não que eu sinta falta disso, mas se as pessoas assistissem mais à Star Wars Rebels...

SPOILER! Wolves at the Door e A World Between Worlds, o penúltimo PAR de episódios da série, exibido na última segunda-feira (26 de Fevereiro), é um dos grandes exemplos da grandiosidade e poder de Star Wars Rebels, uma história focada na Rebelião mas que trata a Força, e a Ordem Jedi, como pouco se viu no Canon até agora.

Na tentativa de obter respostas sobre a morte de Kanan, Ezra, Hera, Zeb, Sabine e Chopper atravessam Lothal sobre os Loth-Wolves em direção ao Templo Jedi do planeta. Lá, as coisas não dão tão certo quanto planejavam, já que o Império os esperava, a mando diretamente do Imperador Palpatine (dublado, na versão original, por Ian McDiarmid).

A ideia é conseguir entrar no Templo, que guarda algum segredo que Palpatine quer desesperadamente... Mas só uma pessoa consegue. O único Jedi vivo naquele lugar. Ezra Bridger, obviamente.

Uma vez lá dentro, nós podemos ouvir diversas frases de diversas vozes conhecidas. Yoda, Qui-Gonn, Ahsoka, Kanan, Princesa Leia e Anakin encaixariam direitinho numa ideia de memórias guardadas pela Força. Mas também é possível ouvir Jyn Erso, Rey, Kylo Ren e Poe Dameron, o que significa que aquele lugar é muito mais do que isso. É, como explica Minster Hydan, um dos novos personagens da série e funcionário do Império, com voz de Malcolm McDowell, como se fosse o centro de todo o espaço-tempo e, quem o controlar, controla todo o Universo — isso explica por qual motivo, razão e circunstância o Palpatine quer tanto entrar; e também, em resumo, introduz viagens no tempo em Star Wars.

Os produtores confirmaram que, ao sair do tempo, Ezra Bridger destruiu o templo. Isso ajudaria a resolver a óbvia questão que seria levantada, já que, ao salvar a Ahsoka Tano da morte certa em seu combate com Darth Vader da segunda temporada (os produtores da série nunca disseram que ela tinha morrido, então faz sentido, ainda que muita coisa precise ser explicada) mostra que tudo, absolutamente TUDO o que conhecemos poderia ser alterado, da morte de Padmé Amidala ao Retorno de Jedi... Até mesmo o Jar-Jar Binks! :D

Ao tentar salvar Kanan da morte, Ezra só percebe que vai acabar matando todos que foram salvos pelo sacrifício de Caleb Dume ao ouvir, e dar razão, à Ahsoka Tano. Um soco no estômago e um chute na cara que vem acompanhado de alguma lição que ninguém sabe exatamente qual é. Eu chutaria qualquer coisa sobre destino e não mudar as coisas, mas NESSE momento pouco importa. Porque ficou claro que o Loth-Wolf chamado Dume queria uma única coisa: não só salvar Lothal, como salvar todo o Universo, fechando uma porta aberta e entregando o Jedi Ezra Bridger pro seu caminho.

Magia da Força, esse negócio que eu nem gosto tanto nas outras histórias de Star Wars, mas que em Rebels é tão bonito, tão leve e ao mesmo tempo tão profundo que fica difícil não ficar EMBASBACADO com o que Davi Filoni criou (e, agora, consegue terminar).

Só nos resta cerca de 1h00 de Star Wars Rebels. Mais uma horinha antes do Adeus. Mas foi uma jornada e tanto. :)