Até o John Williams tem seus palpites — e teria deixado PISTAS na trilha sonora. Mas…
Existiu uma época na qual o Wolverine era, nos quadrinhos, um personagem misterioso. Ninguém sabia quem era, apenas que era conhecido como Logan, e que tinha aquelas misteriosas garras de adamantium. Com o tempo, detalhes – algumas vezes contraditórios – foram adicionados, mas mantendo aquele ar de ERMITÃO chutador de bundas que todos os leitores amavam.
Aí, dos anos 2000 pra cá, deram uma origem mais completa pro Carcaju, o que, junto com uma onipresença até irritante, fez cair pela metade o interesse pelo cara.
Star Wars: O Despertar da Força estreou no final do ano passado e deixou um mistério no ar: QUEM É A REY? Sabemos que a Força é forte nela, que ela também chuta bundas, teve algum tipo de treinamento (por mais que não lembre dele) e tem uma importância para a história que está sendo contada. Assim como o Wolvie dos anos 1970/80, esse mistério se tornou parte do charme da personagem, a motivação pras mais diversas discussões.
Teve gente que saiu do cinema crente que a Rey é uma filha perdida do Luke. Também surgiram diversas teorias sobre ela ser filha do Obi Wan... Ou ser uma personagem sem qualquer ligação com os clãs Skywalker e Kenobi.
Só que aí, meio que sem querer, descobriram que o compositor John Williams deixou a pista dele sobre esse passado. Não numa entrevista, mas sim na própria TRILHA de O Despertar da Força. É que o compositor teria colocado de forma proposital algumas referências ao tema do Darth Vader no da Rey.
Será?
Vamo devagar aí. Isso não quer dizer que o compositor sabia de algo que você não sabe. Bryan Burk e JJ Abrams poderiam ter contado algo sobre o parentesco da Jedi em algum papo? Poderiam, mas não falaram. E quem garante é o próprio Williams, numa entrevista pro Indie Revolver. “Eu nunca perguntei pro JJ Abrams quem é o pai da Rey, mas eu acho que é o Luke Skywalker”.
Ele apenas chutou, como eu e você.
Sim, pode ser uma mentira, mas vamos lá: Williams começou a compor as canções a partir do que foi rodado no set em Dezembro de 2014, com as gravações rolando em Junho do ano seguinte. Assim, dá pra acreditar que o compositor realmente se baseou no que tá gravado, que, mesmo com cortes e edição, provavelmente não tem nada que permita um link maior entre os personagens.
Outro detalhe importante é que Williams disse em entrevistas que usaria como base os antigos temas da trilogia original de Guerra nas Estrelas. “Você os sentirá muito naturais e corretos para os momentos que os escolhi”, disse o compositor pra Vanity Fair, ainda antes da estreia. Inclusive, o próprio vídeo revela que há inspiração no tema do YODA na composição da Rey.
E ninguém tá chutando que ela é filha do Jedi verdinho. Ou tá?
Já a inspiração no tema do Vader pode ser explicada pela novelização do filme, que garante que a Rey estava sendo tentada pelo Lado Negro da Força no clímax da batalha contra o Kylo Ren, inclusive ouvindo uma voz “interna” ordenando que ela matasse o vilão. Pode ser que Williams recebeu o mesmo direcionamento, ou viu a mesma coisa em cenas deletadas/roteiro, e fez exatamente essa ponte. Independente da Rey ser ou não uma Skywalker, o Darth Vader é ainda o maior exemplo da merda que pode ser o Lado Negro.
Nessa história toda, mais importante do que tentar encontrar pistas, o mais legal é pegar uma carona nesse trem e curtir a viagem. São dois filmes ainda pra explorar essa conexão de Rey com a Força, e mais inúmeros livros, HQs e games pra explorar esse passado. Uma construção que fará a personagem ainda mais interessante. E surpreendente.
Toda geração merece um bombástico “no, I am your father” pra chamar de seu. Não vamos deixar a internet estragar a nossa. ;)