Assim como a série original, DuckTales é uma série para crianças. Mas crianças que vivem num mundo completamente diferente do que vivíamos há 30 anos… :)
Quando você tem 33 anos, assistir a um filme e/ou série infantis pode não funcionar com você, por mais que sua memória afetiva te diga que, poxa vida, você deveria amar aquilo. Sabe de cor a música tema, lembra de grandes momentos e daquele sonho de mergulhar e nadar numa piscina de moedas... Mas nem assim funciona.
Porque DuckTales, tanto a série original, que estreou em 1987, quanto o reboot que teve seu primeiro episódio especial exibido no último fim de semana, são feitos para crianças... e só pra elas. Ouvir as palavras “furacão”, “aí” e “vem” talvez desperte muita coisa dentro de você, mas a série não apela pra nostalgia em momento algum.
E isso talvez seja o principal TRUNFO da nova versão, em 2017.
Três coisas passaram pela minha cabeça assistindo ao tal episódio, que segue o esquemão Disney XD de pré-estreias, pra quem já tá acostumado com Star Wars Rebels: a primeira é justamente essa coisa de “é, não pra mim”.
A segunda foi uma viagem de que seria muito legal ter assistido com minha filha, se ela existisse e já tivesse o mínimo de idade pra assistir. Imaginei muito a empolgação da Borbollinha com essa ideia de caçar aventuras — ainda mais porque agora a Patricia é parte integrante daquela TURMA de fato, ao contrário da série original, quando nem sempre participava da história e, quando acontecia, era sempre deixada de lado por Huguinho, Zezinho e Luisinho.
Em 2017, a série é Tio Patinhas, os três sobrinhos e ela. E isso é legal demais.
Já a terceira coisa foi a beleza dos cenários. Com texturas ásperas e o uso do meio-tom, a impressão que passa é de que os personagens estão num gibi impresso em papel jornal — inclusive com os tradicionais defeitos entre os contornos e preenchimentos. É LINDO. Muito.
Isso e ouvir as vozes originais, com seus devidos sotaques, devem ser as coisas mais “pra adultos” da série. :)
SPOILER! Pronto pra desencanar até mesmo de escrever sobre esse primeiro episódio, foi no último segundo / última palavra que DuckTales 2017 conseguiu dizer pra mim que, bom, talvez eu deva acompanhar a série MESMO sem a Mini Borbs ao meu lado.
Um novo tema, uma camada a mais na história, que já tinha deixado de ser tão simples quando colocaram o Pato Donald como um dos “maiores aventureiros da história” e dão a ele um trabalho de bosta, ao invés da convocação pra servir à Marinha.
Nesse novo DuckTales, pelo que deu pra entender, Huguinho, Zezinho e Luisinho lidarão com a ausência da sua mãe, o que pode ser MUITO interessante em termos de história, refletindo inclusive na Patricia, além do próprio Donald. Algo que já tinha começado a ficar claro quando o Patinhas afirma que “família só traz problemas”.
Quero muito ver como isso vai rolar, onde vai dar. :)
DuckTales ainda não tem previsão de estreia no Brasil, mas a série começa a ser exibida lá fora, como série mesmo, no dia 23 de Setembro. :)