Festival Internacional de Quadrinhos, o FIQ, rolou na última semana lá em Belo Horizonte e, além e ser uma PUTA celebração dos quadrinhos, foi o palco pra diversos anúncios e lançamentos do mercado nacional. De Mauricio de Sousa aos novatos no mercado independente, não faltou coisa interessante lá na Serraria Souza Pinto.

E, claro, o que mais chamou a atenção foi o anúncio das novas Graphic MSP, aquela linha de graphic novels que pega quadrinistas brasileiros de diferentes estilos para reimaginar as criações do Mauricio de Sousa, que começou em 2012.

Durante painel que rolou no FIQ, o editor Sidney Gusman revelou que a próxima leva de títulos terá (ainda com nomes provisórios) Astronauta III, continuação da saga do personagem pelo Danilo Beyruth e com as cores da Cris Peter; Bidu 2, a continuação de Bidu – Caminhos por Eduardo Damasceno e Luis Felipe Garrocho; e Mônica, essa totalmente nova e assinada por Bianca Pinheiro, autora de Bear. Essas histórias se juntam à do Papa-Capim, de Marcela Godoy e Renato Guedes, anunciada no FIQ de 2013 e que ainda espera pra ser lançada. As outras devem sair no ano que vem.

Um detalhe que chama a atenção é ver uma TRILOGIA do Astronauta do Beyruth. Foi ele que, com Magnetar, inaugurou toda a linha – e dá pra dizer que é, até agora, o seu maior sucesso. Aliás, já aproveitou pra ouvir o nosso podcast com o quadrinista, que agora tá desenhando a Gwenpool pra Marvel?

Mas não é só de Mauricio de Sousa que vive um evento no Brasil – que bom! Outro lançamento que chamou bastante a atenção, esse pela Editora Draco, foi O Rei Amarelo, uma coletânea de oito histórias de horror do Robert W. Chambers (que é mais famoso justamente por O Rei Amarelo) e adaptada aos quadrinhos por um time formado por Pedro Pedrada, Lucas Chewie, Tiago P. Zanetic, Victor Freundt, Raphael Salimena, Rafael Levi, Samuel Bono, Tiago Rech, Marcos Caldas, Airton Marinho, Mauricio R. B. Camps, Perícles Ianuch, Erik Avilez e André Freitas, tudo organizado por Raphael Fernandes. O álbum, todo em preto, branco e amarelo, tem 164 páginas e é vendido por R$ 49,90.

A Draco também lançou mais uma porrada de coisa naquele que é o mais próximo que temos de uma “comic con” de fato. Teve Cortabundas – O Maníaco do José Walter (156 páginas, R$ 39,90), do Talles Rodrigues (de Mayara & Anabelle) e é sobre um maníaco que aterrorizou nos anos 1980 o bairro de José Walter, que fica em Fortaleza; Valkiria – Fonte da Juventude (68 páginas, R$ 24,90), uma jungle girl criada pelo Alex Mis e Alex Genaro pra enfrentar Zumbis e procurar a famosa Fonte da Juventude; Argos – Um Fim do Mundo Muito Louco (20 páginas, R$ 8,90), de Leo Martinelli e Raphael Salimena, definida como uma “divertida busca que lembra as aventuras de RPG e videogames” e “uma jornada que desbrava um lindo futuro distópico rodeado por ecos do passado”; e Cabra D’Água – Terra Sitiada (24 páginas, R$ 7,90), de Airton Marinho e Ronaldo Mendes, e que é traz a história de Cristiano Valente, que vaga pelo sertão nordestino com suas habilidades pra manipular a água e resolver conflitos.

Outros dois projetos digitais da editora, lançados inicialmente no site Dracomics, também estão ganhando versões impressas: Quack (96 páginas, R$ 19,90), de Kaji Pato; e Starmind – O Professor de Química do Mal (24 páginas, R$ 7,90), de Ryor e Toppera-TPR.

E já que citamos Mayara & Anabelle, o segundo volume das aventuras das duas personagens assinado por Pablo Casado, Talles Rodrigues, Brendda Costa e George Schall também esteve no FIQ – apesar de o lançamento oficial ter rolado dias antes, lá em Fortaleza. Chamado simplesmente de Mayara & Anabelle – Volume 2 (84 páginas, R$ 25), a HQ mostra as duas protagonistas indo até o sertão do Ceará pra impedir que a herdeira de uma família de magos continue a tocar terror na região.

Outra editora que fez lançamentos no festival foi a Stout Club – e, se você nunca ouviu esse nome antes, fica tranquilo: a iniciativa do quadrinista Rafael Albuquerque, do designer Rafael Scavone e da fotógrafa Deb Dorneles é bem recente. Quem apareceu por lá já pode comprar Open Bar (104 páginas, R$ 35), HQ de Eduardo Campos que é sobre dois amigos, chamados Barba e Leo, que tem que lidar com um bar herdado por um deles; e Far South (72 páginas, R$ 38), de Rodolfo Santullo (roteiro) e Leandro Fernandez (arte), que é uma espécia de velho oeste aqui da América do Sul.

A Zapata Edições aproveitou o FIQ pra lançar Por Mais Um Dia Com Zapata (136 páginas, R$ 25), sobre a trajetória de luta do revolucionário mexicano; 147 (24 páginas, R$ 10), de Daniel Esteves e Hugo Nanni, descrito como “uma sátira sobre o discurso de ódio que infesta as redes sociais e destrói amizades; e Archimedes Bar (32 páginas, R$ 10), produzida por professores e um ex-aluno da escola HQ em FOCO.

Já o quadrinista Klebs Junior, do Instituto dos Quadrinhos, aproveitou o FIQ pra lançar o segundo volume de Pátria Armada – aquela HQ sobre um Brasil alternativo, que foi levada pra Guerra Civil após o Golpe de 1964 (e com super-humanos participando, afinal isso é quadrinhos). Com 40 páginas, a HQ sai por R$ 9,90.

Nessa linha “volume 2”, outro que pintou lá em BH foi 321: Fast Comics – Vol. 02 (160 páginas, R$ 30), do Felipe Cagno e com diversos quadrinistas convidados naquela premissa de histórias de três páginas, dois personagens e um final surpreendente (ou seja, 321).

Teve também Baixo Centro (por Jão e Rafael), com os dois protagonistas vivendo uma aventura por lugares famosos no Centro de Belo Horizonte; e Novembro (48 páginas, R$ 15), de Bruno Bispo e Victor Freundt, sobre o “último encontro” entre o detetive Lucas e o jovem Daniel enquanto eles buscam relembrar os acontecimentos trágicos que os uniram.

Encerrando uma QUADRILOGIA, no FIQ tivemos Ditadura No Ar #4 (24 páginas, R$ 10), de Raphael Fernandes e Rafael “Abel” Vasconcellos. A HQ, que também aborda aqueles tempos TENEBROSOS do Regime Militar aqui no Brasil, revela o que aconteceu com Félix Panta e a namorada, ambos desparecidos durante manifestações contra a Ditadura. Esse é o último volume da história. ;)

321: Fast Comics – Vol. 02

Fechando tudo, rolou o lançamento de O Fabuloso Quadrinho Brasileiro de 2015 (R$ 97), uma antologia que reúne histórias de 37 quadrinistas brasileiros, com material publicado entre julho do ano passado e junho deste ano. A organização é de Rafael Coutinho e Clarice Reichstul e ainda traz trechos de Dois Irmãos (de Fábio Moon e Gabriel Bá), Talco de Vidro (Marcello Quintanilha) e Klaus (Felipe Nunes); e do livro Os Quadrinistas (160 páginas, R$ 40), que traz 28 perfis de importantes nomes dos quadrinhos nacionais atuais e é escrito por Télio Navega.

Algumas dessas novidades estão sendo vendidas (ou serão lançadas) em comic shops ou livrarias, mas você, em alguns casos, pode comprar diretamente com as editoras ou com os autores, nos eventos em que eles estiverem. :)