Jim Ojala é um americano de 37 anos, que fala rápido e ri bastante. Não exatamente o que eu esperava de um maquiador de efeitos especiais que cria coisas incríveis. Convidado pela Trident para trabalhar em sue novo filme publicitário, ele envelheceu o ator Cauã Reymond no spot de 30 segundos que você pode ver aqui – e no dia da filmagem eu fui bater um papo com ele pra saber mais sobre este impressionante mundo que é criar monstros e literalmente transformar pessoas.

A sua lista de trabalhos anteriores inclui produções como True Blood, X-Men: O Confronto Final, Angel, Buffy – A Caça Vampiros e até Hellboy II – O Exército Dourado. Mas ao mesmo tempo em que se envolve nestas mega produções, ele também trabalha em filmes pequenos, curtas-metragens e ainda sobra tempo para projetos pessoais, como o filme que está dirigindo, escrevendo e produzindo – através de crowdfunding – Strange Nature.

Seu começo na indústria foi amador, com a criação de uma web série de horror/comédia com amigos, que chamou atenção da população de sua cidade e durou três anos. Ele então mandou um dos vídeos para um dos fundadores da lendária produtora de filmes B Troma Entertainment (“Minha ideia para ser notado entre tantos outros projetos enviados? Coloca a fita dentro de uma caixa gigantesca cheia de balões!”), que se impressionou e o ofereceu um estágio, caso ele estivesse em Nova Iorque – e foi pra lá que ele se mudou. Quando uma vaga abriu na área de efeitos especiais, Ojala não pensou duas vezes e foi aprender o que transformar as pessoas e criar monstros significava. Daí pra frente, como dizem, é história.

Sua paixão pelo que faz fica evidente quando conversamos sobre as técnicas usadas para animar um boneco, envelhecer uma pessoa, criar anomalias e usar maquiagem protética. Quando questionei o uso de computação gráfica, ele deu de ombros e disse “o mundo ideal é a junção dos dois, já que existem coisas que funcionam melhor com próteses, maquiagem, a coisa ao vivo, sabe?, mas outras ficam perfeitas com computação”. Um exemplo claro é que, para envelhecer alguém, usar látex e maquiagem é o ideal, mas deixar a pessoa mais nova não funciona muito, caindo no clichê de rosto redondo e uma falta de expressão facial.

Sobre qual área ele mais gosta, respondeu sem hesitar: animatronics (o uso de mecatrônica para dar realidade ao movimento). Criar e dar vida às criaturas – reais ou fictícias – é “complicado, mas divertido”. Às vezes uma coisa muito simples, como uma corda puxando uma das extremidades do boneco, faz com que o movimento fique mais real do que qualquer tecnologia poderia fazer. É tentativa, erro e acerto.

Um dos diferenciais que coloca Jim em destaque na indústria são os testes que ele faz antes do resultado final. Ele conta que gosta de maquiar o ator e o mandar pedir informações para pessoas comuns nas ruas, enquanto ele grava as reações para avaliar as respostas. Quando são animatronics, dependendo da situação, ele faz rigorosamente a mesma coisa (larga o robô na rua e espera a reação dos desavisados passamtes), ou faz vídeos do movimento para poder ver o efeito final.

Perguntei qual teria sido uma de suas experiências mais marcantes, e eis que ele me conta que quando participou de um clipe do rapper Snoop Dogg, fazendo os efeitos e a maquiagem, estava receoso da reação do cantor quando experimentasse a “luva” que usaria. Rindo, ele conta que todo mundo ficou em silêncio enquanto o cantor analisava o resultado, e que então ele falou algo como “Caramba, o Homem de Ferro não tá com nada!” e foi gravar todo empolgado.

Com muitos outros projetos em vista, pode ter certeza que Jim Ojala vai continuar fazendo sua mágica por muitos anos, para a felicidade geral dos fãs.

Ah e se você ficou curioso pra ver um desses efeitos, a Trident está com a campanha Dura Muito Mais. Basta entrar no site www.duramuitomais.com, colocar uma foto sua para se surpreender com o como você vai ficar mais velho.