“Anteriormente tratava-se de saber se a vida devia ter um sentido para ser vivida. Agora parece, pelo contrário, que será tanto melhor vivida quanto menos sentido tiver”. A frase é do filósofo Albert Camus, principal representante de uma corrente chamada absurdismo – e que tinha, como um de seus “heróis” máximos, ninguém menos do que Sísifo, personagem da mitologia grega condenado a rolar uma grande pedra de mármore até o CUME de uma montanha e que, toda vez que tava quase alcançando o topo, a maldita da pedra rolava novamente montanha abaixo (fala sério, o Zeus era muito do filho da puta com seus castigos).

Já na literatura, a técnica literária batizada de “absurdo” consiste essencialmente em “introduzir elementos sem coerência em um marco lógico previsível, mas incompatível com o elemento novo” — mais ou menos a mesma pegada do teatro do absurdo, definido pelo crítico e professor de arte dramática inglês Martin Esslin como sendo um tipo de arte que “se esforça por expressar o sentido do sem sentido da condição humana”.

Filosofia, literatura, teatro. Agora, sabe onde mais o absurdo se tornou uma verdadeira forma de arte, digna de um estudo acadêmico profundado? No cinema pipoca, claro. ;)

Vejamos, por exemplo, a franquia Velozes e Furiosos. Tem carrinhos, é verdade, mas a coisa mais legal de todas é quando eles refinam a arte do absurdo nos mostrando coisas como perseguições que envolvem tanques de guerra, Vin Diesel Superman, uma perseguição numa pista de pouso que parece ter cerca de 200km e, mais recentemente, um FUCKING submarino perseguindo carros no gelo com direito a um outro FUCKING tanque de guerra AND The Rock direcionando um torpedo com as próprias mãos.

E como esta semana, além da estreia de Velozes e Furiosos 8, a gente também completa o aniversário de duas décadas de Anaconda, aquela cobra gigantesca que apavorou a Jennifer Lopez no meio da Amazônia, toma essa, resolvemos dedicar parte das matérias do JUDÃO nesta semana ao total e completo absurdo na cultura pop.

Absurdos no mundo da música, dos desenhos animados, das séries de TV, em tudo que é lugar. Porque a gente adora uns exageros. A gente adora umas misturas que não fazem sentido algum e que, ainda assim, são incríveis e entram de vez no imaginário do mundinho do entretenimento. Afinal... quem é que não gosta, por exemplo, de um bando de cobras ameaçando uma turma de passageiros desavisados em pleno vôo?

Pare de ficar questionando quando completos desconhecidos começam a cantar juntos do mais absoluto nada bem no meio da rua. Ou tentando entender como diabos aqueles alienígenas falam um inglês tão fluente. Ou quem sabe começando a pensar que a metralhadora daquele soldado aparentemente tem uma quantidade infinita de munição...

Esta é uma semana pra você parar de ficar tentando encontrar lógica nas coisas, pra deixar as teorias científicas e as explicações acadêmicas de lado — e simplesmente se divertir. ;)

Divirta-se como a gente se diverte aqui no JUDÃO, camarada. E como a gente poderia se divertir AINDA MAIS, fazendo uma porrada de coisas diferentes, ousadas, únicas, ABSURDAS. Se você quiser pagar pra ver até onde a gente vai, agora dá. Pagar mesmo, inclusive, na nossa campanha de financiamento coletivo recorrente do Apoia.se/JUDAOcombr. A gente faz o site, a gente faz Asterisco, o Borbs faz o Borbs Show lá no YouTube... mas, acredite você, ainda tem muito mais pra sair diretamente da nossa caixinha de surpresas.

É só você querer. :D