Essa coisa de classificação etária é uma parada que muito pouca gente consegue entender. Porque não faz sentido, mesmo: um filme pode ser extremamente violento, mas é um FUCK ou um simples peitinho de fora que o deixa “proibido para menores”. É simples assim, inclusive. Tem fuck? Peitinho? Fodeu. E não do jeito legal.

Embora os tempos fossem outros, filmes como Tubarão e Poltergeist (que usou esqueletos REAIS por serem mais baratos que os fakes!) ganharam a classificação PG — que, de acordo com o órgão responsável pelas classificações lá nos EUA, o MPAA (que é controlado pelos próprios estúdios), significa que o filme “pode conter materiais que os pais possam não querer expor às suas crianças”.

PG-13, a classificação mais popular — e inventada a pedido de Steven Spielberg, que achava que Indiana Jones e o Templo da Perdição deveria ficar entre R e PG –, URGE que os pais tenham cuidado, pois materiais podem ser inapropriados para pré-adolescentes. Ela indica que o filme é bom pra quem tem a partir de 13 anos. Sabe que filmes tem essa classificação? Batman Begins, O Cavaleiro das Trevas e O Cavaleiro das Trevas Ressurge, filmes que muitos tem como o modelo para filmes com super-heróis: sombrios, adultos, pesados.

Vingadores é PG-13, Senhor dos Anéis, Quinto Elemento, Jurassic Park, Jogos Vorazes, Missão Impossível, James Bond, O Grande Gatsby, Os Mercenários e mais, de acordo com o IMDB, 5669 títulos das mais variadas qualidades e temáticas.

Os produtores costumam buscar ativamente essa classificação porque ela pode garantir um resultado melhor em bilheterias nos EUA — que é onde importa, no final das contas. E é lá nos EUA, também, em que o pessoal olha pra classificação e decide se assiste ao filme ou não, independente das próprias convicções ou ideias.

Quando Charles Roven, produtor dos vindouros filmes da DC Entertainment — Batman VS. Superman, Esquadrão Suicida e tudo que surgir até Liga da Justiça 2, PELO MENOS –, afirma que a ideia inicial é de que todos eles sejam classificados como PG-13, em momento algum ele está dizendo que as produções serão menos ou mais sérias, menos ou mais profundas, menos ou mais adultas. No máximo, o que ele quer dizer é que a violência será menos gráfica e não ouviremos ninguém falando palavrão — coisas que são extremamente necessárias, só como comparação, pra um personagem como o Deadpool.

Se o fato de ser “adulto”, “sério” e “profundo” é o que mais importa pra você — independente dos filmes serem bons ou não — pode ficar tranquilo. Mas, se for mesmo reclamar que não vai ter, sei lá, a Harley Quinn arrancando a cabeça de alguém e dizendo “FUCK YOU!”, aí é só ajudando o mundo a ser um lugar menos conservador.

Porque, nunca é demais lembrar, a cultura pop é um reflexo do mundo em que vivemos. :)