Série pisa no freio pra que as referências ao filme, que estreia nessa quinta (23) no Brasil, possam subir no ônibus do hype. Mas… Precisava?
SPOILER! Não demora muito pra, em Frenemy of my Enemy, o 18o episódio da segunda temporada de Agents of SHIELD, questionarem o fato do Bakshi entrar com um Deathlok ao seu lado, numa reunião da HYDRA. “Não vão achar isso estranho?”, perguntam. Coulson lembra que Bakshi tem uma ÓTIMA lábia e isso não seria problema nenhum.
Quando chega na tal da reunião, nem uma palavra sobre a presença do ciborgue é dita. Nem um olhar mais torto, uma sobrancelha levantada... Nada. É como se o cara não estivesse ali.
E sabe quem é que questiona o problema do Deathlok chegando junto com o Bakshi? Ward. Já sabíamos que o Coulson iria atrás dele, mas tudo acertado em 5mins? Nem um pouco de drama pra nenhum dos dois lados? Não é como se o Phil fosse o cara mais FRIO do mundo, é?
Dois episódios atrás, Skye ainda sofria com a falta de controle sobre seus novos poderes. Nesse, é como se ela nem tivesse os poderes, já que ela não treme nem por um segundo diante de tudo o que tá acontecendo (sacou o que eu fiz aqui?). E, olha, de quem tinha asco do pai a alguém que se preocupa com ele e curte um passeio sentindo saudades de algo que mal viveu e evitava viver depois “uma noite”, podemos dizer que emoção é o que não falta pra ela — que, oficialmente, se chama Daisy Johnson, pra quem tinha alguma dúvida, ainda, sobre ela ser ou não a Tremor. ;)
Agents of SHIELD voltou à correria, e a estreia de Vingadores: Era de Ultron em território americano no fim da semana que vem é com certeza o principal motivo. Só que... Não precisava.
Até o último episódio, a ligação do filme com a série era mínima, se resumindo ao uso da palavra “enhanced” em relação às pessoas com super-poderes — que, em outros tempos, ou universos, poderiam ser chamadas de mutantes. Wolfgang Von Strucker pelo jeito já evoluiu seus estudos sobre os Gêmeos que, por sua vez, já começam a entender melhor (e controlar) seus poderes... E só.
Em um determinado ponto do filme, Nick Fury cita um “Velho Amigo” que lhe fez um favor, e dá pra imaginar que se trata de Phil Coulson e, o principal, que ele enfim conseguiu unir as duas SHIELDs — até pelo símbolo que aparece no filme. Nada surpreendente, já que não creio que alguém acreditasse que isso não fosse acontecer.
Sabe aquela história de você estar num carro em alta velocidade e, se não tiver com cinto, uma freada pode te fazer SAIR VOANDO? É o que aconteceu nesse episódio de Agents of SHIELD (e, imaginamos, vai acontecer nos próximos dois, já que, pela sinopse, o Ultron deve dominar os computadores da SHIELD no episódio #20). É como se fosse uma enorme freada, pra poder encaixar, na série, elementos que se liguem ao filme e, dessa maneira, façam com que Vingadores: Era de Ultron se encaixe no resto do Universo Cinematográfico da Marvel.
Esse, aliás, é um dos grandes problemas do filme. Enquanto Capitão América 2 fez com que o Universo Marvel andasse a passos largos, levando Agents of SHIELD na brincadeira, Era de Ultron ignora muitas das coisas que aconteceram em ambas as histórias (principalmente a queda / ressurgimento da SHIELD e surgimento / queda da HYDRA, que parecem não ser problema nenhum, pra ninguém); ao mesmo tempo, não é um filme “solo”, como foi Guardiões da Galáxia, que funciona muito bem lá em Luganenhum.
Se dizem que Capitão América 3 será um Vingadores 2.5, quem sabe Era de Ultron não seja um Vingadores 1.5? Ou um teaser de 2h pro que vai acontecer na Guerra Civil? ;D
Seja como for, é um pouco tarde pra se apertar esses parafusos no MCU. E ainda corre-se o risco de, se não estragar, voltar uma temporada e meia no tempo de Agents of SHIELD, que, definitivamente, não precisa mais do cinema. Muito pelo contrário.