Na série do YouTube Premium, a cantora mostra as gravações do penúltimo álbum cheia de intimidades
“As pessoas andam com medo de mulheres no controle.” Essa é uma frase de Dave Meyers, diretor de clipes, ao falar sobre um dos mais recentes trabalhos de Ariana Grande, God Is A Woman. No vídeo e na música, ela fala sobre como o feminino é uma força forte da natureza, que toca e transforma o ambiente que o cerca e que, por essas e outras, Deus é mulher (<3). Ariana pegou isso pra si DE CORAÇÃO e despejou tudo no primeiro episódio de sua série para o YouTube Premium, Dangerous Woman Diaries.
Ariana Grande começou no Nickelodeon, como uma das personagens da série adolescente Brilhante Victória lááá em 2010. Depois, lançou seu primeiro álbum solo, Yours Truly e não sai dos holofotes desde então. Me interessei MESMO pela sua música quando ouvi Love Me Harder, que integra seu segundo trabalho, My Everything, muuuito tempo depois. Isso, algumas participações em outras canções e alguns papos sobre ela ser uma “mini Mariah Carey” me deixaram de orelha em pé quando ouvia o nome dela – ainda bem.
Dangerous Woman saiu em 2016. Pela primeira vez, ela quis explorar o lado MULHERÃO FATAL de sua personalidade e fez toda a estética lembrando fantasias de BDSM, muito couro, muitas fantasias. E aí foi hit atrás de hit: Dangerous Woman, Into You, Side To Side, Greedy, Focus… Uma cacetada de clipes bons, muitas entrevistas e aparições divertidas em programas tipo The Tonight Show e Saturday Night Live e a menina tava PEGANDO FOGO.
No início da série, no entanto, enxergamos uma Ariana mais calma. Seu último trabalho, sweetener, é descrito como algo mais íntimo. “As pessoas me perguntam sobre sair da zona de conforto… Mas eu sinto que só agora a encontrei”, ela conta. Nessa primeira quase meia hora, vemos bastidores de clipes, gravações e sua apresentação absolutamente LINDA no VMA 2018 que recriou a Santa Ceia apenas com mulheres, incluindo sua mãe e avó. Ela parece ter ideias e contar com sua equipe pra ajudá-la sempre, sem agir como se fosse a única trabalhando ali.
É importante falar da linguagem também: câmeras analógicas. Boa parte do documentário aparece na resolução antiga das telinhas quadradonas, 4:3. Em um certo momento, a mãe de Ariana dá a entender que sua filha está MESMO usando um aparelhinho antigo e que não seria só um filtro usado na pós-produção. As imagens são feitas por ela, seus parceiros de equipe e, é claro, a galera do YouTube. Mas o negócio do analógico cansa, viu? As imagens ficam com ruído, granuladas. Eu entendo que seja pela estética, mas né? Evoluímos a tecnologia por um motivo. E ver a menina toda borrada em certos momentos é só meio chato.
Ariana Grande é autêntica. Não parece querer SE FAZER de bacana pra câmera ou super “gente como a gente”. Comparando com a última série documental sobre uma cantora pop que assisti, o Vai Anitta, fica GRITANTE a diferença de alguém que realmente não calculou todos os mínimos detalhes. Ou se o fez, soube esconder muito bem.
Depois de mostrar um apanhadão de bastidores, ela anuncia que os próximos capítulos serão sobre ouuutra coisa: “Esse foi um diário sobre o Sweetener, por assim dizer. Mas mal posso esperar pra levar vocês pro mundo do Dangerous Woman”. Ela agradece a paciência dos fãs pela espera e levanta a bola pro episódio seguinte… que é pago. Por isso, não assisti mais. Mas confesso que estou pensando em assinar um mês grátis pra assistir o resto. A Ariana tá BEM confiante de nos mostrar seu mundo… e eu fiquei a fim de ver. :)