Como dizem por aí, o que foi visto não pode ser desvisto. Se você assistiu a Batman VS. Superman você assistiu a um filme ruim, sem muito sentido, que não conseguiu atingir nenhum dos objetivos que tentou — de uma rivalidade entre os dois maiores personagens da cultura pop à criação de um tão desejado universo coeso.

Se você, assim como David Luiz, preferiu esperar pra assistir ao filme no conforto do seu sofá, o faça com a tal da Edição Definitiva do filme, que chega em Digital HD no próximo dia 28 de Junho e Blu-ray (só Blu-ray, mesmo) em 19 de Julho. Porque, acredite se quiser, os tais 30mins melhoram BASTANTE a experiência.

O filme continua sendo essencialmente o mesmo, cheio de erros e absurdos mas, pelo menos, faz um pouco mais de sentido, especialmente durante os dois primeiros atos, que constroem, dessa vez de verdade, toda a treta entre o Batman e o Superman. Não que ela precisasse existir (o Clark aceitar sair na mão é o PULO DO TUBARÃO), mas pelo menos conseguimos entender melhor toda a ANIMOSIDADE.

Uma das razões é o maior tempo de tela do Superman — o que só comprova que, sim, a Warner realmente fez com que o filme acabasse mais focado no Batman, depois de alguns testes. Com essas cenas extras, vemos mais do Clark repórter, investigando e enxergando e entendendo mais o quão filho da puta o Morcego de Gotham é, gerando até uma empatia maior com aquele alter-ego, e também Lex Luthor se mostrando de fato um vilão, mais parecido com o que eu imaginei que seria na interpretação de Jesse Einsenberg, com uma ideia completamente insana de mundo.

De uma certa maneira, essa versão do filme também melhora um pouco a imagem do Superman. Ele não sai voando do Capitólio quando a bomba explode e não é como se ele não tivesse deixado passar batidos os explosivos, ele simplesmente não tinha como ver. Nessa edição definitiva, o Superman se torna o espelho do Batman. São exatamente iguais e é justamente nessa EQUIVALÊNCIA que eles brigam e se unem.

Ainda acredito que o Superman deveria ser uma OPOSIÇÃO ao Batman, mas enfim. A Mulher-Maravilha CONTINUA sendo a melhor coisa do filme. Ela e a cena “jogos da série Arkham” quando o Batman salva a Martha Kent. Que sequência.

Ainda não dá pra entender por qual motivo, razão ou circunstância a versão dos cinemas não foi mais parecida com essa. Se o problema fosse o tempo, há bastante coisa que poderia ser deletada sem machucar o filme, chegando se não exatamente, muito próximo das 2h30 que o filme teve.

É inconcebível que Zack Snyder tenha feito a mesma coisa pela segunda vez (A Ultimate Cut de Watchmen é REALMENTE boa), com todo o tempo e dinheiro que teve pra desenvolver, especialmente Batman VS. Superman. Porque, é, apesar de ser melhor, essa edição definitiva não torna o filme bom — ou sequer corrige seus erros, literalmente em alguns casos.

Pra história, o que conta é o que o mundo assistiu naquele fim de semana do dia 24 de Março de 2016. E o que foi visto... ¯\_(ツ)_/¯