Discos para você ouvir antes de saber que eles existem só nas listas de melhores de 2015 | JUDAO.com.br

A boa música está por aí. Basta você afiar os ouvidos e saber onde procurar.

OBRAS DO ACASO Todo final de ano é a mesma coisa: um monte de gente começa a divulgar suas listas de melhores discos do ano e você se dá conta de que não ouviu nenhum deles. E, o pior, passou o ano todo dizendo que não tem mais música boa em lugar nenhum e que o rock morreu.

Então, para te dar aquela força para não passar vergonha, produzi uma lista com um monte de coisas legais — brasileiras ou não — lançadas neste 2015. O melhor é que (quase) todos esses álbuns podem ser encontrados nos serviços de streaming da sua preferência.

Você deve se lembrar de como era difícil — e caro — acompanhar listas de melhores discos do ano antes do Spotify e congêneres. Então aproveite o milagre tecnológico do acesso irrestrito à música e seja feliz.

Não tenho pretensão de ser definitivo com essa lista. E, muito menos, de dizer que ouvi tudo o que foi lançado neste ano até agora. São só alguns álbuns que merecem sua atenção e que eu acho que você vai gostar.

Vem comigo.

Courtney Barnett

Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit

Courtney Barnett
Este não é só o disco com o melhor título do ano. O conteúdo também se destaca, no debut da cantora e guitarrista australiana. Com letras em tom de crônica e guitarras em primeiro plano, Sometimes… alia peso e senso melódico em ótima medida.

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Sol Invictus

Faith No More
A banda já tocou no Brasil duas vezes após sua reunião, em 2009. Em setembro próximo volta aos palcos brasileiros, mas desta vez trazendo um disco de inéditas na bagagem. Para fãs do FNM, Sol Invictus não tem erro. Um retorno barulhento, criativo e à altura da grande história da banda de Mike Patton (o JUDÃO falou sobre ele AQUI).

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Euforia

Pélico
O cantor paulistano pode não ter chegado no mesmo nível que seu segundo álbum, Que Isso Fique Entre Nós, de 2011. Mas o sarrafo estava alto demais. Euforia é um grande disco, em que Pélico se veste de Guilherme Arantes e entrega música pop ensolarada e radiofônica.

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Éter

Scalene
Enfrente o preconceito gerado pela participação do Scalene no reality da Globo. A banda de Brasília compensa certa falta de originalidade com boas referências, bastante peso e o excelente trabalho do vocalista Gustavo Bertoni.

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Fortaleza

Cidadão Instigado
Em seu primeiro disco desde 2009, a banda comandada por Fernando Catatau segue em altíssimo nível. Mais direto que os dois álbuns antecessores, Fortaleza é guitarreiro e cheio de influência de rock setentista. Já imaginou comparar o Cidadão Instigado com o Queen? Ouça Dizem Que Sou Louco por Você e imagine. Aliás, dá pra baixar o disco no site da banda. O download é gratuito, mas dá para fazer uma doação pelo Paypal.

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To Pimp a Butterfly

Kendrick Lamar
Um dos discos mais comentados do ano mostra a força do rap entre a boa música produzida atualmente. Agressivo e ousado, To Pimp a Butterfly certamente tem presença garantida nas principais listas de melhores de 2015.

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Painted Shut

Hop Along
Apesar de quase desconhecida, mesmo no circuito indie, a banda da Filadélfia está há 10 anos lançando discos. E esse terceiro merece sua atenção. Com influência de grunge e indie rock, o Hop Along se destaca graças ao vocal rasgado e espetacular da também guitarrista Frances Quinlan.

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Sobre a Vida em Comunidade

Mahmed
Um dos nomes mais celebrados do circuito independente brasileiro em 2015, o Mahmed estreou em disco em altíssimo nível. Rock, post rock, jazz e música eletrônica à serviço de um álbum ao mesmo tempo experimental e acessível.

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The Magic Whip + Star Wars + Klabammo!

Blur + Wilco + Ash
Três bandas importantes dos anos 90 mostram energia e inventividade de sobra em pleno 2015. Exemplos de como ter carreiras longevas sem virar paródias esquálidas de suas carreiras.

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Sing Into My Mouth

Iron and Wine & Ben Bridwell
O vocalista do Band of Horses e Sam Bean (que atende por Iron and Wine) se uniram para lançar uma coleção de canções folk emocionais e lindamente executadas. Parte da crítica torceu o nariz, mas anda em alta rotação aqui na redação.

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Estratosférica

Gal Costa
O projeto de adaptar Gal a uma sonoridade mais moderna se saiu bem melhor aqui do que em Recanto, seu disco anterior. Cercada de compositores da nova geração, como Mallu Magalhães, Thalma de Freitas e Jonas Sá, mas também de veteranos como Arnaldo Antunes e Milton Nascimento, Gal mostra que ainda está no auge em um incrível álbum pop.

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III

Maglore
Tão moderno quanto retrô, esse disco do Maglore mostra que os rapazes estão prontos para o sucesso. III mostra um suingue genuíno e nada forçado, em uma sequência de músicas bem escritas e executadas. Mais um para mostrar que o rock brasileiro passa bem e respira sem ajuda de aparelhos.

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Sound & Color

Alabama Shakes
Em seu segundo disco, o Alabama Shakes mostra que não se acomodou no hype da estreia. Cheio de referências aos anos 60 e 70, com doses de funk e Janis Joplin, Sound & Color mostra a banda olhando para o futuro com coragem. E a Brittany Howard tá cantando demais.

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Currents

Tame Impala
A psicodelia do Tame Impala demora um pouquinho para bater. Mas quando bate, bate forte. Sinceramente ainda estou ouvindo para decidir o quanto gostei. Tem melhorado a cada audição e valido o esforço.

Tá bom já, né? Isso que eu não falei do Carrie & Lowell (Sufjan Stevens), do Policy (Will Butler), do Bixiga 70 III (Bixiga 70), do 1977 (Wado), do Born in the Echoes (The Chemical Brothers), Short Movie (Laura Marling)… E esse ano ainda tem disco novo da Bárbara Eugênia, The Libertines, Kurt Vile, Disclosure e Lana Del Rey!

O resumo aqui é: tem um monte de música boa, nova e imperdível sendo produzida por aí. No Brasil inclusive. E descobrir isso tudo, de forma legal, não exige de você mais que alguns cliques. Vai fundo!

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