O (novo) Renascimento do Flash traz boas perspectivas pro futuro | JUDAO.com.br

Especial, que pode ser considerado um “DC Universe: Rebirth #2” tira algumas dúvidas, mas deixa outras

O Rebirth da DC está em andamento, em um processo longo de estabelecer novos (re)inícios para os principais personagens da casa. Depois de DC Universe: Rebirth #1, o especial que abriu tudo isso, a editora publicou na semana passada aquele que é o segundo gibi mais importante nessa trajetória, The Flash: Rebirth #1.

Como tem acontecido em todos os especiais do Renascimento, o do Corredor Escarlate começa apresentando as bases da atual versão do personagem. O leitor sabe um pouco sobre Barry Allen, o assassinato da mãe dele pelo Zoom, o acidente que deu poderes pro cara, o trabalho como CSI... Até que, no meio da história, ele é interrompido pelo Wally West trajando o uniforme de Kid Flash, como vimos em DC Universe: Rebirth #1.

E é aí que a história muda e fica mais interessante. O roteiro de Joshua Williamson não apela para a nostalgia, como Geoff Johns, mas sim para o fato de Wally ser o pivô de um grande perigo que está vindo. Após a dica do ex-esquecido amigo, Barry vai até a Batcaverna, encontrando o Batman enquanto ele analisa o broche do Comediante, o de Watchmen, visto na HQ anterior.

Outro ponto interessante é que Barry aceita Wally não como Kid Flash, mas sim com um verdadeiro Flash – provavelmente levando às transformações que serão vistas em Titans: Rebirth #1, que sai esta semana e parece se colocar como uma terceira parte desse Renascimento do Universo DC.

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Com esses detalhes, a DC vai instigando mais o leitor sobre o que está por vir, apesar de ainda dar poucas pistas. Talvez essas páginas daqui coubessem melhor em DC Universe: Rebirth #1, dando uma coesão melhor para este reinício da editora.

Ainda assim, é possível perceber que faltam alguns ajustes. Em poucos segundos, Barry Allen parece relembrar de muita coisa do mundo pré-reboot, o que não tinha ficado tão claro no primeiro especial – porém, parece haver também um espaço para os Titãs e Wally West neste universo pós-reboot, por mais que ninguém lembre. São perguntas que devem ser respondidas também na HQ dos Titãs.

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Na arte, Carmine di Giandomenico faz um trabalho interessante. O italiano consegue colocar uma dinâmica incrível (não à toa, ele faz story boards para a galera de Hollywood), enquanto usa um estilo próximo ao dos mangás. Não sou fã, mas é inegável que vai funcionar na hora de atrair novos leitores, que se identificam mais com as HQs japonesas do que com as ocidentais. O erro aqui — e dá pra dizer o mesmo de todos os artistas do herói nos últimos anos — é o excesso de linhas e raios para demonstrar a velocidade, o que deixa a página muito poluída e, em alguns momentos, ruim de ler/ver.

Como uma novela, o Renascimento da DC vai se desdobrando em capítulos quase semanais. Ao menos, aparentemente, estão se dedicando a contar uma boa história ao invés de simplesmente relembrar o passado – que é o que importa, seja você leitor das antigas ou novato.