Se você ainda precisava de algum motivo pra começar a assistir a Star Wars Rebels, fica com esse: a série chegou ao fim, mas a história tá longe de terminar. :)
SPOILER! Acabou. O melhor de Star Wars a aparecer em uma tela desde que Star Wars apareceu numa tela chegou ao fim na última segunda-feira, 05 de Março de 2018.
Quer dizer, “chegou ao fim” é uma maneira de dizer. Com dois dos seus três últimos episódios, A Fool’s Hope e Family Reunion, Star Wars Rebels encerrou a história que começou quatro anos atrás com um órfão que colecionava capacetes e zoava o Império e terminou com um Jedi salvando um planeta. Mas, com o terceiro episódio exibido, Farewell, podemos ter certeza de que a história de Ezra Bridger, Chopper, Sabine, Hera Syndulla, Zeb e companhia ainda não acabou.
Mais do que isso: ela foi muito maior do que a gente imaginava que seria, já que todos eles sobreviveram pelo menos até o fim da Batalha de Endor — o que significa que a série começou entre os episódios III e IV e terminou entre o VI e o VII.
E sim, quando eu digo que todos eles sobreviveram, é um fato confirmado pelo próprio Dave Filoni, criador e produtor da série, no Rebels Recon, o programete do YouTube em que o pessoal da LucasFilm comenta cada um dos episódios da série — tipo Talking Dead e outros do tipo. “Eu tenho muitas teorias sobre isso e o que eu acho que aconteceu e onde eles estão”, disse Filoni. “Mas eu vou dizer o seguinte: eles não morreram. Ambos sobreviveram”.
“A parte mais difícil aqui é que muita coisa aconteceu depois dessa parte. (...) Basicamente nossa história termina e então Scarif e toda a coisa do Luke Skywalker acontece. Nisso, a atenção do Imperador muda de foco completamente... Seu medo tira sua atenção de Lothal, então aquelas pessoas são beneficiadas. Foi tudo uma questão de timing, mas eu queria chegar na parte da história em que vocês entendessem que acabou tudo bem”, disse.
Por isso rola o flashforward mostrando que a amizade entre Zeb e Callus permaneceu (eu até gostaria de dizer que aconteceu um pouco mais do que amizade ali), que a Hera teve um filho chamado Jacen (alô você que é viciado no universo expandido) e o pai, sim, é o Kanan, e a Sabine cumpriu a promessa que fez pro Ezra e ficou em Lothal, pra proteger o planeta caso o Império retornasse.
Só que aí tivemos também a aparição de Ahsoka Tano e o que seria o fim, virou um começo. “Eu sempre senti que as melhores histórias terminam e outras começam e não havia maneira melhor de pegar duas das minhas personagens favoritas e fazê-las seguir em direção ao sol como eu vi em tantos filmes de cowboy e Indiana Jones”, diz Filoni. “E aí você só pensa ‘o que elas fizeram?’. Eu sempre gostei disso nas histórias. Uma termina e outra começa, a história continua e essa é uma saga”.
Isso significa então que a próxima série animada de Star Wars comandada por Dave Filoni (algo que ele já disse que vai acontecer) será uma sequência de Rebels? “Eu não sei, a gente precisa ver”, afirmou, respondendo uma pergunta logo depois de uma exibição do finale para a imprensa, na semana passada, nos EUA (via io9). “Há muitas histórias pra contar e eu tava bem ocupado terminando essa. Pensar em outra não seria o certo. Eu tenho essa coisa maluca... Eu preciso saber o que a história é antes de contá-la”. Bom, mas a história é a Sabine e a Hera indo atrás do Ezra, perdido há mais ou menos 10 anos... Certo? “Não, não, não. É um pouco mais do que isso. Precisamos ver”.
Sabe... Nunca fui exatamente fãããã de Star Wars. Embora tenha lembranças claras de ver Hoth na TV do quarto do meu pai, deitado com ele na cama, foi só depois de quase adulto mesmo que eu fui atrás da trilogia que já nem era mais tão original assim, assisti às prequências e nada me chamava tanto à atenção.
Foi no dia em que assisti a uma versão não finalizada do primeiro episódio de Rebels, durante a Comic-Con de San Diego, com o elenco da série e alguns convidados, que comecei a perceber que existia algo a mais naquela história toda. Como escrevemos aqui, na época, Rebels era uma porta de entrada para toda uma nova geração de fãs. Uma porta escancarada que, dentro dela, tinha algo tão sensacional quanto, chamado Rogue One.
POR MIM, que fodam-se a Força, os Siths, os Jedis.
Os Rebeldes é que fazem Star Wars ser o que é.
Star Wars: O Despertar da Força é um filme que existiu, da maneira que existiu, pra assegurar aos fãs que as coisas estavam em boas mãos. Tudo bem que essencialmente escreveram o filme em cima do roteiro de Uma Nova Esperança, mas tava lá a demonstração que aquela galera que forma fila em dia de lançamento de boneco precisava.
Star Wars Rebels teve em Ezra Bridger o seu Luke Skywalker e, depois do momento em que ele renega o que mais sonhava, cumpre seu treinamento e se torna um Cavaleiro Jedi. É uma versão moderna, pra um outro público, de O Retorno de Jedi — não o filme, mas a jornada do personagem, que é o que sempre importou no fim das contas.
E é isso que fez Rebels ser tão bom: o mais Star Wars dos Star Wars, ao mesmo tempo que introduzia um monte de coisas novas no canon e atingia um público que jamais seria atingido.
Porque não custa nada lembrar que Star Wars é sim uma história para crianças. E que Rebels passava no Disney XD. E ainda assim emociona e faz tanto tiozão com mais de 30 como eu querer mais.