The Walking Dead não precisa dessa punhetagem | JUDAO.com.br

E, pra piorar, todo esse morreu-não-morreu pode terminar numa broxada homérica.

SPOILER! Era sobre 007 contra SPECTRE, mas o Renan falou algumas verdades sobre a indústria do entretenimento nos últimos tempos: o foco direto no espectador e não na história que, por sua vez, chamaria atenção do espectador.

Semana passada questionei a qualidade da temporada de The Walking Dead baseado na capacidade de se arriscar a sair da casinha e contar uma história totalmente no passado, totalmente focada em um humano que sobreviveu à toda merda. Aí Now é exibido e dá uns oitocentos passos pra trás.

Glenn morreu? Sim, ele morreu. Não há explicação plausível para que, depois do que vimos em Thank You, ele esteja vivo. O personagem claramente se entregou e, estando embaixo do ELANO ou não (pela queda, não seria possível), ele não conseguiria escapar dali sem sequer um arranhão. E, bom, não sei vocês, mas pra este que vos escreve, se virou zumbi, morreu.

Em Talking Dead, o talkshow que vai ao ar depois de cada episódio dos EUA, o tradicional quadro “in memoriam” não mostrou o nome do personagem. Nos créditos iniciais da série, nos últimos episódios, nada do nome de Steven Yeun, o que significa apenas que os produtores estão fazendo uma BRINKS, já que não é só porque o nome aparece ou não ali que o personagem aparece ou não no episódio — se você assistir ao S03E05, verá que o de Sarah Wayne Callies aparece, por exemplo. “Credit only”, mas aparece. E ainda teve aquela foto do set...

Em Now, além do surgimento de uma nova Deanna, mais badass é obviamente SUBSERVIENTE ao Rick de alguma maneira, tivemos a revelação de que a Maggie está grávida (o que confesso que me soou como um déjà vu...) e o início da PUNHETA oficial sobre a morte ou não morte de Glenn.

Será que não há elementos suficientemente bons e interessantes na história?

Nome pintado na parede? Morreu. Mas precisamos de prova, vamo atrás resolver isso! Não dá pra sair de Alexandria, morreu. Mas não acredito, apaga o nome. “Quando” ele voltar. E fim do episódio.

Eu curti a busca por Sophia na segunda temporada da série, já que aquela me parecia uma boa motivação pra continuarem vivos — a esperança de que algo pudesse dar certo — além de ser uma maneira de desenvolver personagens, tipo o Daryl. Curti também a resolução do conflito do jeito que foi, com ela devidamente zumbi tomando tiro na cabeça. Mas será que não há drama suficiente em Alexandria a ponto de a série precisar dessa punheta de morreu-não-morreu? Será que não há elementos suficientemente bons e interessantes na história sem que essa masturbação nos fãs seja necessária?

Do jeito que as coisas andam, essa história deve ser resolvida somente no mid-season finale / première. Eu acredito / espero / considero a única opção plausível que vá ser algo no sentido de a Maggie, grávida, ter de enfiar uma faca na cabeça do amado.

Se ele aparecer vivo, teremos um outro problema: o fato de essa punheta toda terminar numa broxada, com uma MULETA e um robofoot de TITÂNIO pra seguir um caminho sem que tivesse sequer chutado a quina da mesa.

The Walking Dead não precisa disso.

A ver.