DC anunciou o crossover nas HQs e isso conta um pouco sobre o atual sucesso da editora
Se você assistiu à Esquadrão Suicida e aguentou ficar até a cena pós-créditos deve ter imaginado que isso eventualmente aconteceria, de uma ou outra maneira. E acertou: a DC Comics anunciou nesta quinta (01) que começa a publicar em Dezembro o crossover Justice League vs. Suicide Squad!
A história, claro, se passará dentro do mesmo universo das outras publicações da editora, aquele no qual a Liga da Justiça já está estabelecida há alguns anos e conta com Superman (o pré-reboot, já que o dos Novos 52 morreu), Mulher-Maravilha, Batman, Aquaman, Flash, Ciborgue e os Lanternas Verdes Simon Baz e Jessica Cruz. Já o Esquadrão Suicida também já atua há algum tempo como a Força-Tarefa X de Amanda Waller e tem atualmente como integrantes Arlequina, Rick Flag, Pistoleiro, Capitão Bumerangue, Katana, Magia e Crocodilo – sim, quase os mesmos caras do filme. Durante a saga, a Nevasca (agora famosa por causa da série de TV do Flash) também entrará no time.
Serão, ao total, seis edições – duas em dezembro, quatro em janeiro. Tudo começará quando o Batman irá (FINALMENTE!) se perguntar sobre a necessidade de um Esquadrão Suicida num mundo que já tem a Liga da Justiça para enfrentar os grandes perigos. “Ele decide parar com isso”, disse o roteirista da HQ, Joshua Williamson, ao Wall Street Journal. A arte ficará com Jason Fabok.
Apesar do Batman chamar naturalmente mais atenção – além da Arlequina e da própria Amanda Waller – a DC garante que Justice League vs. Suicide Squad faz parte de um plano de dois anos para o Rebirth, a atual fase da editora, e que cada personagem terá seu tempo de destaque durante a minissérie. “Esse é um dos maiores desafios, de longe: ter certeza que cada personagem tem o seu momento”, comentou Williamson. A história também será expandida nas revistas das duas equipes em janeiro, além de dar origem a uma nova Liga da Justiça da América em fevereiro.
Até por isso, Justice League vs. Suicide Squad não acontece por acaso. Primeiro que é uma ótima oportunidade de levar pros gibis um hype criado nos cinemas, ampliando o público. Depois, é um caminho interessante para manter por mais tempo o sucesso do Rebirth, que começou no final de maio e tem impulsionado as vendas da editora de lá pra cá. Em Julho, por exemplo, a DC superou a Marvel no mercado dos EUA.
Pra você ter uma ideia, na “pré” Baltimore Comic Con, que começa pra valer amanhã (2), a editora mostrou que não só o crescimento das vendas do Rebirth foi maior que o dos Novos 52, como as vendas continuaram subindo no quarto mês – o que não aconteceu no relançamento de 2011.
A DC foi pega de surpresa com o sucesso do Rebirth.
“Eu acredito que fomos pegos de surpresa. Agradavelmente de surpresa”, disse o próprio Jim Lee, co-publisher da editora, no papo com o WSJ. “Nós conseguimos pegar muito do sucesso dos Novos 52 e então trazer de volta alguns fãs que podem ter se sentido de lado com algumas escolhas daquele relançamento”, completou o outro co-publisher, Dan Didio.
A dupla confirmou a informação de mercado de que Harley Quinn #1 vendeu cerca de 400 mil exemplares, dando a entender, nas entrelinhas, que Justice League vs. Suicide Squad tem o mesmo potencial blockbuster. “Ah, mas isso meio que foda-se pros leitores, né?”. Para eles, talvez. Mas isso é importantíssimo para os caras das comic shops, que dependem desses ARRASA-QUARTEIRÕES pra comprar o leitinho das crianças e, principalmente, para os INVESTIDORES e EXECUTIVOS da Time Warner, que é a dona da brincadeira.
Veja só: pra falar com fãs, era só anunciar a nova HQ num site segmentado. Para o público dos cinemas, negociam exclusiva pro USA Today — que tem uma circulação diária nos EUA de quase 2,5 milhões de exemplares impressos e digitais. Agora, com quem o WALL STREET JOURNAL conversa?
Pois é.