Xenofobia e misoginia fazem Kelly Marie Tran, a Rose de Star Wars, sair do Instagram | JUDAO.com.br

É, MAIS UMA VEZ uma história assim. Os “fãs” de Star Wars não cansam de passar vergonha.

Em 2016, Caça-Fantasmas chegou aos cinemas com um elenco totalmente feminino. E a gente sabe BEM o que acontece nas redes sociais quando mexem com esses grandes ícones da cultura pop, né? Uma ENXURRADA de merda.

Nessa, Leslie Jones, uma das protagonistas do longa, acabou recebendo um volume ridiculamente grande de mensagens racistas e, por isso, resolveu dar uma pausa em seu Twitter. “Deixo o Twitter hoje em lágrimas e com um coração triste. Tudo isso por que eu fiz um filme. Você pode ter odiado, mas as merdas que eu li hoje... errado” disse ela, na época.

Quando Kelly Marie Tran, a Rose de Star Wars: Os Últimos Jedi, disse em um mini-documentário que sentia-se sortuda em estar fazendo algo tão mágico, provavelmente não imaginou que sua participação teria um efeito-colateral. Compondo aqueles 43% de tempo de tela feminino em Os Últimos Jedi, ela é a primeira mulher asiática em um papel de destaque na saga, e isso fez com que pessoas resolvessem alterar sua página na Wookiepedia, trocando seu nome para “Ching Chong Wing Tong” e afirmou que ela era uma personagem que precisava morrer, já que era uma “vagabunda burra”.

Ao mesmo tempo, um ~influenciador digital~ americano que é ícone da extrema direita, colocou em seu Twitter uma foto que compara Kelly com Grace Park, a Sharon Valerii de Battlestar Galactica, afirmando que “obviamente, a Primeira Ordem falhou em cortar a comida da Resistência”. Isso tudo rolou em Dezembro de 2017, na época da estreia do filme. Essa semana, quase seis meses depois, ela sentiu a necessidade de deletar todas as postagens da sua conta de Instagram por conta do assédio que AINDA estava BEM ativo.

É NOJENTO que a gente ainda tenha que lidar com esse tipo de manifestação. Star Wars é, entre outras coisas, um filme que mostra o TANTO que a discriminação e opressão são ruins. Vemos VÁRIAS espécies convivendo em harmonia, falando idiomas diferentes, entendendo até o que alguns robôs e seus barulhinhos querem dizer. Pessoas cheias de ódio e preconceito que se dizem fãs não entenderam absolutamente NADA do que foi dito ali.

Racismo e machismo MATAM. Pra falar em dados: segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um aumento de 6.5% em feminicídios foi registrado SÓ no Brasil em 2017. E, de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos, um aumento de 633% em dois anos nas denúncias contra xenofobia foi registrado em 2016.

Não faz o menor sentido alguém ter atitudes misóginas e racistas para defender essa saga. Aliás, não faz o menor sentido alguém agir dessa maneira em 2018 e achar que isso é legítimo.