…com suas orelhas tão fartas, com seu osso roído…
Um efeito dominó atingiu a MORADA de Wakko, Yakko e Dot em Burbank, na Califórnia, depois do lançamento de Batman VS. Superman e, consequentemente, a definição das bases do que será o tal do DC Extended Universe. O diretor de The Flash pediu o boné, Ben Affleck virou produtor executivo, com uma ou outra responsabilidade criativa a mais, e Geoff Johns, ao lado de Jon Berg, assumiu as RÉDEAS dos DC Filmes, que até outro dia estavam nas mãos de Zack Snyder, devidamente supervisionado por Christopher Nolan (o que, se você parar pra pensar, é assustador).
Sejam lá quais forem os culpados pelo desastre — Snyder definitivamente não entende o que é o Superman ou como uma história deve ser contada, mas a Warner não tinha nada de ter exigido mais Batman que Superman no filme — todos parecem ter aprendido com os erros e essa terça-feira, 21 de Junho, pode ser considerada um PONTO DE VIRADA em todo esse Universo tão complicado de sair do papel.
Começou com a exibição para a imprensa da Edição Definitiva que, com 30mins a mais, passa a ser também a única edição possível do filme — nós fizemos uma resenha sobre ela aqui. Algumas horas depois, surgiram nas internets as primeiras reportagens direto do set de Liga da Justiça, em Londres, onde há não mais do que algumas semanas o filme está sendo gravado.
Liga da Justiça, simples e diretamente, sem aquela coisa de Parte 1, mesmo. Deborah Snyder, produtora, confirmou que se trata de um único filme, com uma história fechada em si, o que representa não só um alívio, mas a primeira grande mudança no que em algum momento da história foi o parque de diversões do seu marido.
Pra você entender, set visits costumam acontecer meses ou até mesmo ANOS antes do lançamento de um filme, num momento mais tranquilo de gravações, sendo que suas reportagens são embargadas fortemente até algumas semanas antes do lançamento. Dessa vez, o embargo caiu menos de uma semana depois da visita e os convidados eram, em sua maioria, críticos e jornalistas que, no mínimo, não gostaram do que viram até agora no DCEU.
“Eu fui convidado porque eu era um hater. Mas a missão não era me humilhar ou me colocar no meu lugar. Era me converter. Era me mostrar que as coisas seriam diferentes” conta Devin Faraci, do Birth.Movies.Death., que resumiu toda a história numa frase que Deborah Snyder disse sobre o que aprenderam com as reações à Batman VS. Superman: “Nós aprendemos que as pessoas não gostam de ver seus heróis desconstruídos”.
Recomendamos que vocês leiam a reportagem do BMD completa, além das publicadas no Vulture, no /Film e no io9, até pra sentirem um pouco mais a dinâmica de uma visita ao set, ESPECIALMENTE uma em que o principal objetivo é mostrar que, sim, as coisas serão diferentes e, o principal, os erros foram reconhecidos. Mas, aqui embaixo, fizemos um resumo do que de mais interessante foi visto e dito sobre essa visita ao set — é tipo UTILIDADE PÚBLICA. ;)
Começamos pelo logo do filme, que você vê aí em cima, e pela sinopse, divulgada nessa terça também, que começa de maneira deveras interessante, completamente oposta a basicamente tudo que se viu em Batman VS. Superman: “Empolgado com sua restaurada fé na humanidade e inspirado pelo gesto ALTRUÍSTA do Superman, Bruce Wayne conta com a ajuda da sua nova aliada, Diana Prince, pra encarar um inimigo maior. Juntos, Batman e a Mulher-Maravilha trabalham pra encontrar e recrutar um time de meta-humanos pra combater essa ameaça recém- despertada. Mas, apesar da formação dessa liga de heróis — Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman, Cyborg e Flash — pode ser muito tarde pra salvar o planeta de um ataque de proporções catastróficas”.
A tal “recém-acordada ameaça” é mesmo o Steppenwolf, que inacreditavelmente ficou de fora da versão final do filme, mas apareceu na tal cena deletada lançada cinco dias após a estreia de Batman VS. Superman e, ainda bem, está na Edição Definitiva do filme. Ele é TIO do Darkseid e integrante da chamada Elite de Darkseid na versão clássica de Jack Kirby, um guerreiro que lidera um exército de Parademônios contra a Terra-2 no esquema pós-reboot (responsável direto pelas mortes de, vejam vocês, Batman, Superman e Mulher-Maravilha daquela realidade).
Em Liga da Justiça, o filme, a ideia é que o Steppenwolf lidere os Parademônios na busca pelas Caixas Maternas, enquanto os nossos heróis se unem pra encontrá-las antes dele, evitando assim problemas ainda maiores. O Comissário Gordon (J.K. Simmons) avisa que os LACAIOS de Darkseid estão capturando cientistas por algum motivo, incluindo aí um certo Silas Stone (Joe Morton), chefe dos laboratórios S.T.A.R. e pai de Victor. É nesse ponto, aliás, que o Cyborg — que será 100% feito no computador — deve entrar na equipe, se formos nos basear naquela cena pós-créditos de Batman VS Superman exibida no meio do filme.
Enquanto o Cyborg deverá ser recrutado pela Mulher-Maravilha (que, aliás, aparentemente já conhece o Darkseid), é o Batman quem deve recrutar o Flash, numa cena que foi descrita como “muito parecida com a do encontro entre Tony Stark e Homem-Aranha” em Capitão América: Guerra Civil. Aliás, em comparações com a Marvel que não sou eu que tou fazendo, descreveram também o Flash como uma espécie de Mercúrio de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido e Apocalypse, só que “mais legal”.
Sua roupa, pelo menos no começo do filme, será feita de mais de 100 pedaços de metal, costurados por fios elétricos. É uma roupa feita pelo próprio Barry Allen, que gera eletricidade enquanto ele corre e, se eu fosse apostar, diria que é algo muito parecido com aquilo que se viu na visão/sonho de Bruce Wayne em Batman VS. Superman. Mas tudo bem: depois ele usa algo mais parecido com as artes conceituais divulgadas e, portanto, mais parecido com o que se espera de um uniforme do Flash. :)
Falando em roupas, o Aquaman deverá usar CALÇA JEANS quando estiver caminhando pela Terra pra se disfarçar e o Batman terá, oficial e finalmente, OLHOS BRANCOS, deixando a tal da “magia do cinema”, como definiu Michael Wilkinson, o responsável pelo figurino, em entrevista ao JUDÃO, ao se referir à maquiagem preta em volta dos olhos que magicamente some quando Bruce Wayne tira o capuz. Agora, a máscara do morcego terá lentes que refletem as luzes, criando uma aparência mais BRILHANTE, o que eu considero um enorme acerto. :)
Bruce Wayne, aliás, foi quem respondeu as perguntas do jornalistas no set. Meio que literalmente, até: Ben Affleck estava usando a roupa do Batman durante a entrevista. Nela, o ator falou sobre uma presença maior do Batman DETETIVE, tanto em Liga da Justiça quanto no filme solo que ele vai dirigir, sobre a presença de humor e uma aliviada no tom, já que esse filme é mais sobre REDENÇÃO do que qualquer outra coisa.
Ele ainda demonstrou sua maior importância pra todo esse universo quando, de uma certa maneira, mandou a Warner e suas ideias pro Batman se foderem. “Eu acho que eles já têm uma data”, afirmou, sobre o filme solo do Morcegão. “Mas eu não acho que a gente vai conseguir cumpri-la porque eu ainda não tenho um roteiro pronto. Então, na minha agenda, está que eu não vou fazer um filme enquanto eu não tiver um roteiro que eu considere bom. Eu já estive do lado das coisas em que se faz um filme sem um roteiro bom o suficiente e não dá muito certo”.
Estaria ele falando de Batman VS. Superman, Demolidor ou o que? :P
Mesmo que por pouco tempo, Zack Snyder também apareceu pra falar com os jornalistas e, ao contrário do seu produtor executivo, não parecia tão certo do seu futuro e continua acreditando que Batman VS. Superman acertou em cheio com os “reais fãs”. De qualquer maneira, ele preferiu não falar do futuro — o que, novamente, tem muito a ver com o fim da ideia de que teremos Parte 01 e Parte 02, e sim dois filmes.
Aliás, sobre futuro: o Superman, óbvio, deve voltar em Liga da Justiça, mas só lá no terceiro ato e, de acordo com alguns, com os cabelos mais compridos. :P
Enfim, o trabalho de Zack Snyder no DCEU está sob pressão. Dos fãs, da imprensa, da própria Warner. Convidar quem mais desceu a lenha nele só pra mostrar como as coisas estão indo bem e diferentes é um dos maiores exemplos. Outro é uma outra frase de Deborah Snyder no meio dessa história toda: “penso que o pior onde estaremos é onde já estivemos”.
Agora vai?