10 milhões: foi esse o número de HQs que o mercado dos EUA movimentou no mês passado. E a DC dominou a porra toda.
O mercado de quadrinhos começou 2016 patinando, depois de um ótimo 2015. Os motivos nós falamos mais de uma vez aqui no JUDÃO, e incluem o fato da DC Comics estar sem rumo após o fim do sucesso do reboot de 2011. Mas a Casa do Superman reencontrou o caminho e preparou o Rebirth, mais um grande relançamento. Deu certo.
Em Julho, a DC já havia dominado o mercado dos EUA. Pelos números divulgados nessa sexta (16), não só dominaram o mês de Agosto como arrasaram. Muito. Pra CARALHO.
No market share, a DC conseguiu nada menos que 44,59% dos gibis pedidos pelas comic shops no último mês, contra 32,11% da Marvel. Quando falamos da divisão de dinheiro, o domínio é um pouco menor. A Distinta Concorrência, que diminuiu o preço de TODAS as HQs mensais para US$ 2,99, ficou com 39,27% da grana, contra 30,78% da Casa das Ideias (que trabalha mais com a faixa dos US$ 3,99).
Isso tudo num mês no qual a DC publicou 75 revistas, contra 93 da Marvel
Do lado da Marvel, a linha de super-heróis deles segue mais ou menos o mesmo padrão de vendas do começo do ano, apesar da nova Guerra Civil não ter estourado como deveria. Só mesmo a linha de Star Wars que vem perdendo relevância. O mérito é total da DC Comics, que desde o final de Maio vem atraindo novos leitores e chamando de volta aqueles que deixaram os gibis da editora após o reboot.
No geral, a Diamond afirma que foram distribuídos DEZ MILHÕES de revistas em Agosto. Sendo mais exato, 10.260.000, o melhor resultado do mercado desde 1997. Em DOLETAS, os lojistas encomendaram US$ 57,66 milhões das editoras, um crescimento de 31,6%.
Aliás, falando especificamente de Agosto, as vendas de gibis mensais cresceram 8,28% em relação a Julho, que já tinha sido um mês muito bom. A vantagem, aí, é que o mês passado teve uma quarta-feira, que é o dia de lançamentos, a mais — um bom resultado, de qualquer maneira.
A comparação fica ainda mais maluca quando botamos agosto de 2015 e de 2016 lado a lado. Mais uma vez, o mês do ano atual teve uma quarta-feira a mais, mas nem isso explica o crescimento de 44% em vendas de revistas. QUARENTA. E. QUATRO.
A outra parte da explicação de um mês tão bom aparece no TOP 10 de revistas mais vendidas. Delas, NOVE são da DC, mostrando que o Rebirth continua muito bem, sendo Harley Quinn #1 a #1. Ainda não existem estimativas de tiragem, mas o Bleeding Cool havia informado no mês passado que a revista chegou em impressionantes 400 mil exemplares.
Ou seja, adivinha só?, representatividade importa, sim.
Em segundo veio All-Star Batman #1, iniciando a nova fase do Morcegão e reunindo os fãs do personagem, dos filmes e do roteirista Scott Snyder pra também ficar na casa dos 400 mil. Em terceiro aparece Suicide Squad #1, obviamente CATAPULTADO pelo filme. A lista de “dez mais” ainda traz outras publicações do Batman, Esquadrão Suicida, a segunda edição da Arlequina e, olha só, o especial que relançou a Supergirl na nova fase da editora.
Representatividade... Vai, completa você. :D
Em um mês sem publicações da minissérie principal de Civil War II, por conta do nascimento do filho do artista David Marquez, o único representante da Marvel no TOP 10 é Amazing Spider-Man #16, em quarto lugar, que trouxe o prelúdio da saga Dead No More.
Agosto também representou uma bela recuperação no mercado de graphic novels e encadernados, dando mais motivos pras editoras sorrirem. A grana movimentada nesse setor cresceu 14% quanto comparado com Julho, e 5% em relação a Agosto do ano passado.
Nesse mercado a disputa foi mais equilibrada, com a Marvel abocanhando o primeiro lugar com o terceiro encadernado da revista mensal do Darth Vader. Já a DC vendeu muito bem A Piada Mortal, um clássico que ganhou a ajudinha do CONTROVERSO filme animado. Tem também um ENTRÃO nessa briga: Saga vol.6, da Image, ficou em sétimo lugar.
Apesar do sonoro UFA! que deve estar rolando nos corredores da DC Entertainment em Burbank, não dá para relaxar. Relançar publicações do número 1 sempre chama a atenção, e ter feito a maior parte dessas primeiras edições “retornáveis” — ou seja, a comic shop era encorajada a arriscar e encomendar mais revistas do que faria normalmente, sabendo que a DC depois recolheria o eventual encalhe e não cobraria essa grana, algo incomum nos EUA — também ajudou.
Marketing à parte, o que importa é a qualidade da história e o público gostar do que tá lendo. Por mais que a recepção geral ao Rebirth seja positiva, sempre há o que melhorar e a qualidade não pode cair, só melhorar.
Mas, deixemos o futuro de lado por um instante. Agora, nesse exato momento da história do universo, a DC Comics manda na porra toda. Deu certo. Bom trabalho, Geoff Johns, Jim Lee, Dan Didio e Bob Harras. Para o alto e avante! Ou para o mais festejado happy hour do mercado de quadrinhos desde 1997.
HOJE TEM. :D