20 anos depois, chegamos ao nosso ENDGAME. O fim do nosso jogo. Ou vai ou racha.
Nesse mundão maluco de títulos nacionais de filmes, Vingadores: Ultimato se mostrou uma sacada bem da interessante, ainda mais se a gente levar em consideração uma das definições da palavra no dicionário, dentro do âmbito diplomático: “imposição, como último recurso, feita de um Estado a outro, cuja rejeição pode levar a uma situação beligerante”. Considere a cena final, o Thanos fazendo seu ULTIMATO diante dos Maiores Heróis da Terra, exigindo sua rendição, pans. Funciona ainda melhor na definição militar da expressão: “exigência de rendição imediata do inimigo”.
Mas só que ULTIMATO é uma palavra que também tem um significado, digamos, ainda mais direto, fora de uma ambientação bélica. “Resolução definitiva e irrevogável”. Personagens morreram, o STATUS QUO mudou. O universo Marvel agora é outro. Nunca mais será como era antes. E é mais ou menos sob esta ótica que estamos aqui, em 2020, justamente no ano em que o JUDAO.com.br completa DUAS FUCKING DÉCADAS de existência, dando o NOSSO ultimato. Que a gente podia dizer que é pra vocês. Mas, na real, é pra nós mesmos.
Mexemos, mais uma vez, na nossa campanha do Catarse, em todas as metas e entregáveis, pra garantir que o que está lá seja viável e sustentável, o que significa também o crescimento da nossa meta final, que vai servir para manter o site em funcionamento do jeito que a gente acha que faz sentido DE VERDADE e não de uma forma cambaleante, aos trancos e barrancos, estragando nossas saúdes (física e mental).
E isso tudo tem data para acontecer: Agosto desse ano. Mais precisamente, dia 08 de Agosto, sete meses a partir da data de publicação desse texto. Caso a gente não consiga atingir essa meta, até 00h de 08 de Agosto de 2020, e caso nada mude em termos de investimentos externos, o JUDAO.com.br, deixa de existir em definitivo. E que comecem as beberagens pra celebrar o morto.
Este papo já vem rolando há muito tempo nos nossos bastidores. Leitores frequentes devem se lembrar do texto batizado de O Fim do JUDAO.com.br, publicado em Abril de 2018. Pois muito que bem. De lá pra cá, muita coisa melhorou... e depois piorou de novo. Tava ruim, tava bom, mas parece que piorou. As campanhas publicitárias sumiram de vez. A equipe diminuiu — e agora, por completo, todos os últimos heróis da resistência arrumaram empregos número 2 para poder colocar comida na mesa. Fomos desligados, de uma hora pra outra e sem aviso prévio, do estúdio no qual gravávamos o Asterisco, nosso podcast semanal. A pouca grana que a gente arrecada no Catarse estacionou e começou a diminuir lentamente.
Somos só TRÊS pessoas fazendo tudo isso aqui. Escrevendo este monte de texto, mantendo as redes sociais ativas, fazendo cobertura de eventos, reportando os acontecimentos mais quentes, se aprofundando para fazer matérias e reportagens que realmente valem à pena com viés crítico, com apuração... Três pessoas. E que recebem um total de ZERO reais de remuneração por isso. Exatamente. ZERO REAIS. Sacou o ponto? Os gastos que temos são, essencialmente, de infraestrutura, pra manter o site no ar e atualizado; e as famosas ajudas de custo, pra pelo menos conseguir garantir uma cerveja no fim do mês e beber pra esquecer.
Nada além disso. Ninguém consegue sequer sobreviver com o site.
Claro que a gente sabe da situação econômica do país, a galera sem grana pra contribuir. Mas JUSTAMENTE porque a gente sabe da situação econômica do país, que impacta obviamente nas NOSSAS VIDAS e nos NOSSOS BOLSOS também, é que estamos nos fazendo este ULTIMATO. Sabemos que o mercado de entretenimento mudou pra caramba nos últimos anos. O jeito de consumir cultura pop é outro, o jeito de consumir jornalismo de cultura pop também, assim como o jeito de FAZER jornalismo com foco em cultura pop.
O JUDAO.com.br, aliás, também mudou pra caramba nos últimos anos, desde 2013, pra ser exato, quando fizemos uma verdadeira reviravolta por aqui. Cada vez mais críticos, opinativos, políticos, querendo ser menos dependentes de números, do jogo das notinhas quentes, da troca de favores com as grandes empresas em troca de ingressos para filmes e grandes feiras. Isso é quem nós somos hoje. E não estamos, nem de longe, dispostos a andar PARA TRÁS. Assumimos o risco e queremos andar pra frente. Crescer deste jeito. Evoluir. Fazer cada vez mais. Podcast, texto, vídeo, stories, tweets. Tanto faz o formato ou plataforma.
Só que, pra crescer, a gente precisa de ajuda. Chegamos no nosso limite, do que conseguimos fazer apenas os três, com nossas próprias forças. Todo mundo merece ser remunerado por seu trabalho, é claro. E queremos isso, para que os três possam virar quatro, cinco, seis, OITO, dez. Mas também precisamos deste apoio, desta verba, destas cifras, para poder sonhar mais longe. Para não ficarmos apenas fazendo o de sempre, o óbvio, o feijão com arroz. Que a gente curte fazer, entenda. Mas queremos MAIS.
Não tem mais como esperar. É hora de agir. O Catarse tá lá. Tem R$ 5 pra ajudar por mês? Ajuda, então. Não deixa pra amanhã. Tem R$ 10, R$ 15, R$ 20...? Vem com a gente discutir não só navinhas e sabres de luz mas também outros filmes, séries, gibis, discos, tudo pra ampliar seu olhar. Divulga pra sua galera, joga em todas as suas redes sociais, faz barulho com a gente.
Isso não é um teste, etc. O ULTIMATO é real. Não é a gente jogando esta pra ver se vocês se comovem e dão aquela força. Nope. Não rolou, em Agosto a gente se despede — triste pra caralho, como você deve imaginar. Mas é tchau pra valer.
Mas entenda uma coisa: este também não é um pedido de socorro. Não é uma súplica. É a gente falando pra vocês que é legal demais fazer esta parada e que a gente quer que vocês venham fazer COM A GENTE. E não, não queremos serviço de ninguém de graça. Já estivemos ali, fizemos, e não deu certo. O problema só aumentaria.
“Não nos importa grandes audiências, não vamos deixar de nos posicionar pensando em quem pode deixar de nos ler, pensando em quem vai deixar de investir. Nosso compromisso é apenas e tão somente com VOCÊ”, dizemos nós lá no Catarse. É a real. “A arte, em tempos sombrios, é o que ajuda a salvar a humanidade dos autocratas e dos idiotas. E são os artistas que inspiram o povo a não desistir, a não entrar em desespero, a rir da loucura, a se erguer e derrotar a insanidade com amor”, disse o Michael Moore ao premiar Bacurau.
Venha rir e se erguer com a gente. Nem que seja só até Agosto.
Pra não concorrer com Mulan, Bill & Ted 3 vai estrear em VOD mais cedo: 28 de Agosto! https://t.co/Bu3VBYYW8X