O contrato entre MGM e Sony está acabando. Pra onde o INGLÊS DA TRAQUITANA vai?
A Metro-Goldwyn-Mayer já foi um dos grandes estúdios do cinema, com um lote enorme em Culver City (Califórnia) e uma PENCA de astros e grandes filmes. O tempo passou, vieram vários donos e pouca coisa ficou. Basicamente, lá na MGM ficaram APENAS Leo the Lion e James Bond.
E eles estão em busca de um novo parceiro pra continuar exibindo essas propriedades históricas na telona.
O acordo entre MGM e a Sony pra distribuição dos filmes do James Bond acabou com o lançamento de 007 Contra SPECTRE, o quarto dessa parceria e segundo pelo contrato mais recente. Agora, o pessoal do LEÃO DA METRO tá livre pra assinar um novo acordo de distribuição com quem for mais interessante, invista nos longas-metragens e faça uma divisão do bolo da receita da melhor forma pros caras. E, entre os interessados de acordo com os rumores, estão Paramount e Warner, além da própria Sony.
Esse ano de 2015 está sendo todo da Universal, que emplacou quatro das 10 maiores bilheterias até agora, alcançando um valor total que já passa dos US$ 6 bilhões de dólares. Tudo com a ajuda de marcas de sucesso – Minions, Jurassic World, Velozes & Furiosos 7, 50 Tons de Cinza... Ter várias franquias de sucesso no bolso se tornou, no cinema de hoje, a chave pra fazer muito dinheiro.
Nesse sentido, a Paramount tem Missão: Impossível (que teve filme este ano), Star Trek (que terá ano que vem) e Transformers (que teve filme ano passado). É pouco. Não à toa, eles estão em busca de novos blockbusters – tentaram com a chegada de Exterminador do Futuro, mas claramente não rolou. Tartarugas Ninja não é pra isso tudo e, pelo jeito, o futuro do Jack Ryan é a TV. Nesse cenário, contar com James Bond seria ótimo.
Pelos lados da Warner, o trem andou num ritmo mais lento nos últimos anos. Harry Potter passou, assim como os filmes do Batman do Christopher Nolan. Pra você ter uma ideia, a maior bilheteria deles agora em 2015 é Terremoto – A Falha de San Andreas, aquele do Rock. Pra reverter esse quadro, a os Irmãos parecem estar fazendo a coisa mais sensata: focar nas propriedades da DC. Tudo começa de verdade ano que vem, com Batman vs. Superman e serão 10 filmes em 5 anos, fora os as produções solo de Batman e Superman.
Ter o 007 nesse calendário seria não só a CEREJA DO BOLO, como também ter uma franquia que diferente, sem super-heróis, “diversificando os investimentos”. No final de outubro, o Deadline informou que houve um encontro entre o chefão do estúdio, Kevin Tsujihara, e um representante da MGM. A proposta deles seria a mais agressiva.
Outro detalhe, que ajuda nessa história de WB+MGM, é que elas já trabalharam juntas para o lançamento da trilogia O Hobbit, que foi bem lucrativa pras duas partes. Um possível sucesso de Creed: Nascido para Lutar, que continua espiritualmente um clássico da MGM, a franquia Rocky, pode fortalecer essa ideia.
No meio — ou um pouco mais de lado — disso tudo tem a Sony. O grupo como um todo vem numa grave crise há anos, que passou pela venda da divisão Vaio, de computadores, e culminou com o famoso #SonyHack, ano passado. A tentativa de ressuscitar o RoboCop (justamente uma parceria com a MGM) não deu certo, assim como o reboot do Homem-Aranha – levando os caras a buscar uma parceria com a Marvel Studios pra fazer o terceiro reboot do herói nos cinemas.
Digamos que não sobrou muita coisa pra Sony brincar além do 007. Com Skyfall rendendo mais de um bilhão de Obamas de bilheteria e SPECTRE seguindo pra um caminho próximo, não seria um dinheiro para se jogar fora. Só que documentos do #SonyHack revelaram que o estúdio ficou com apenas US$ 57 milhões do último filme do personagem, contra US$ 175 milhões pra MGM e US$ 109 milhões pra Danjaq, holding que controla a Eon, empresa que efetivamente tem os direitos do Bond e que produz os filmes.
Pra você ter uma ideia, Tom Cruise SOZINHO ganhou mais de US$ 80 milhões pelo último Missão: Impossível. Dizem por aí também que Robert Downey Jr. vai levar US$ 40 milhões por Capitão América: Guerra Civil – e o personagem dele nem tá no título.
Amy Pascal, que fez o último acordo, agora só se preocupa em produzir os filmes do Homem-Aranha na parceria com a Casa das Ideias. Fica difícil, então, imaginar que o novo chefão da Sony Pictures, Tom Rothman, queira renovar a parceria nos mesmos termos.
Entre tantas incertezas, duas coisas são garantidas: a Eon não vai decidir o novo parceiro, nem o acordo servirá só pro James Bond. “Não é, primariamente, uma decisão nossa”, disse Michael G. Wilson, produtor da franquia e parte da Eon, ao THR. “Nós vamos deliberar com eles, e eles vão ter certeza se nós estamos felizes, mas eles que tem que decidir. É uma responsabilidade deles porque é para todos os filmes que serão lançados, não é apenas para nós”. Sem citar nomes, meio que o cara confirmou que temos três JOGADORES na disputa. “Todos eles são mais do que adequados para a gente”.
Vale dizer que, nessa história toda, ainda há a Fox, meio que correndo por fora. Apesar da fala do MISTER WILSON restringir essa brincadeira aos três estúdios que estão nos rumores mais recentes, a Raposa tem os direitos de distribuição da MGM em home vídeo. Juntar tudo no mesmo teto pode economizar energia, mas tem que ver $e há algum acordo.
Os próximos capítulos dessa novela devem acontecer pelos próximos meses. A MGM irá esperar SPECTRE fazer uma boa grana pra, no começo de 2016, ter mais poder de barganha em um novo acordo. Um fato é claro: eles não vão vender barato.
Façam suas apostas. ;)
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